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quarta-feira 22 de abril de 2020 às 06:05h

Relatora da CPMI das Fake News, Lídice critica Eduardo Bolsonaro

DESTAQUE, POLÍTICA


A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, Lídice da Mata (PSB-BA), condenou nesta última terça-feira (21) a atitude do deputado Eduardo Bolsonaro de tentar barrar no Supremo Tribunal Federal (STF) as investigações.

Em conversa com o jornal Estado de SP, a relatora disse que a posição de não querer investigar pode colocar o filho do presidente na condição de “suspeito”. A parlamentar sustenta que a ação protocolada no STF é uma tentativa de Eduardo de tentar barrar o alcance da CPMI, principalmente depois que documentos recebidos pela Câmara apontaram que ataques de ódio teriam partido de um computador do gabinete do deputado.

“É inacreditável que alguém queira barrar uma investigação que é de interesse de toda a nação. Que quer saber quem dissemina, de que forma são disseminadas notícias falsas, ou seja, desinformação. Se alguém não quer investigar, é em princípio suspeito. Principalmente após termos chegado no número do IP do gabinete dele (Eduardo). No computador do seu assessor. Não há nenhuma sustentação nessa ação e espero que ela não seja atendida de forma alguma”, destaca Lídice.

A deputada reforça que os “novos fatos” de uma suposta campanha de ódio contra o ex-ministro Luiz Mandetta, da Saúde, assim como ataques recentes contra o Congresso Nacionale o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deverão ser apurados. “Geralmente ataques partindo, iniciando do Twitter do próprio Carlos Bolsonaro, do seu irmão e de auxiliares. Fatos novos devem ser alvos de investigação. Porque estão dentro dos objetivos da comissão”, sustenta.

Na avaliação da parlamentar, o fato de Eduardo Bolsonaro ter pedido o cancelamento da prorrogação da CPMI pode ser justificado ainda pelo “temor” do presidente e dos seus filhos de serem investigados.

“O que desperta tanto temor no governo? Eu me pergunto isso todos os dias. O que que se teme tanto? Porque não é uma comissão de punição de nada, é uma comissão de investigação. Quem pode ter medo de uma investigação dessas? Por que tanto medo? Por que tanto ódio? Por que tanta raiva?” questiona.

Segundo a relatora, a ação cautelar protocolada pelo filho do presidente demonstraria que ele sentiu, “preventivamente, a necessidade de impedir a investigação, e dar continuidade à prática”. Eduardo Bolsonaro foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.

Nesta segunda-feira, Eduardo ingressou com uma ação na Corte alegando que a CPMI estaria sendo usada de forma “orquestrada” e perseguindo o governo Bolsonaro. Nesta terça, o filho 02 do presidente, Carlos Bolsonaro, também foi ao Twitter se manifestar e dizer que a CMPI é uma “canalhice” coordenada por “botafogo”, em referência a Rodrigo Maia.

“É muita canalhice coordenada por Botafogo e seus asseclas nesta dita CPMI que não faz porcaria nenhuma em prol do Brasil a não ser dar palanque político a vagabundos que querem inventar qualquer motivo boçal para justificar por mais uma via, derrubar o Presidente Bolsonaro”, postou. Carlos Bolsonaro foi também procurado, mas não se manifestou.

Na quinta, Bolsonaro afirmou que a atuação de Maia era “péssima” e insinuou que o deputado trama contra seu governo. “O sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os problemas. Ele quer atacar o governo federal, enfiar a faca. Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado”, disse o presidente à rede de TV CNN.

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