A nova visita do presidente Jair Bolsonaro para tomar um refrigerante numa padaria da Asa Norte de Brasília explicitou o movimento errático dele na condução da pandemia do coronavírus no país.
Como esperado, a presença do presidente provocou pequena aglomeração, indo na contramão da orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Bolsonaro não deu entrevista à imprensa, mas disse que tem o “direito constitucional de ir e vir”. “Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir”, disse.
Há preocupação em setores do governo com esses sinais trocados do presidente, estimulando as pessoas em favor da flexibilização do isolamento social com o seu exemplo e atitude.
“É um risco fazer esse tipo de comportamento num momento em que a pandemia está crescendo. Outros líderes mundiais já mudaram de atitude”, ressaltou ao G1 um auxiliar do presidente.
Bolsonaro, que chegou a cogitar um decreto presidencial flexibilizando regras em todo o Brasil, teve que recuar depois que foi alertado que essa decisão seria derrubada pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso.
Nesta semana, decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes impediu o presidente de adotar qualquer medida unilateral para flexibilizar a política de isolamento.
No governo, a decisão foi recebida como um alerta de que o Judiciário estará atento aos movimentos do presidente.