Para conseguir fazer um teste para Covid-19 no Brasil, é necessário ser profissional de saúde ou de segurança, estar em estado grave ou ter morrido —mas, ainda assim, nenhum desses casos é garantia de exame, devido à escassez de testes no país.
Segundo reportagem do jornal Folha de SP, o Ministério da Saúde não revela quantos testes para coronavírus já foram feitos no Brasil, mas tem sido cobrado a ampliar a testagem e prometeu aumentar a oferta.
Inicialmente, a pasta anunciou que planejava oferecer 1 milhão de testes. Em seguida, subiu o número para 2,3 milhões. No dia 22 de março, passou a 10 milhões. No dia 24, aumentou para 22,9 milhões.
O protocolo do ministério afirma que os exames devem ser reservados para os casos graves –a OMS (Organização das Nações Unidas) recomenda priorizar recursos parcos para grupos de risco e área da saúde– mas, para os pacientes que buscam ajuda, a definição de caso grave não parece tão clara.
Especialistas dizem que a falta de ar, aliada a sintomas típicos de gripe (febre, cansaço, tosse seca), pode indicar agravamento de quadro de Covid-19 e indica a necessidade de procurar o médico, recomendam as autoridades.
Mas mesmo a falta de ar garante um exame específico para Covid-19. Um homem, que preferiu não se identificar, disse que, após apresentar coriza e tosse, procurou um hospital de ponta de São Paulo com sua mulher, que tinha tosse, dor no corpo e falta de ar.
Ambos fizeram exames para outras síndromes gripais e os testes do homem acusaram influenza. Nos da mulher, nada foi detectado, mas nem assim ela fez teste para Covid-19. Ela ainda passou por mais exames, como uma tomografia. Ao serem liberados, a orientação foi de que se isolassem por 14 dias e tratassem os sintomas.
Segundo os protocolos do ministério, um caso de pneumonia grave associado à Covid-19 apresenta frequência respiratória maior do que 30 incursões por minuto (uma incursão é uma inspiração e uma expiração; o normal, para um adulto em repouso, fica entre 12 e 20 incursões); dispneia, ou seja, desconforto para respirar; saturação de oxigênio no sangue inferior a 90%; cianose (quando pele, unhas ou lábios ficam com coloração azulada ou acinzentada) e disfunção orgânica.
O protocolo do ministério indica que casos de pneumonias –sem complicações ou graves– necessitam de hospitalização imediata.
Para figuras de destaque, porém, os exames estão mais acessíveis e têm resultados mais rápido. A mesma crítica aparece em países como EUA e Reino Unido –o príncipe Charles foi acusado de furar a fila, assim como jogadores da NBA, nos EUA.