O governo mexicano pediu à Espanha nesta última terça-feira (24) a extradição de Emilio Lozoya, ex-diretor da companhia estatal de petróleo Pemex e principal envolvido do México no esquema internacional de corrupção da construtora brasileira Odebrecht, confirmou o Ministério das Relações Exteriores do país.
“Confirmamos que hoje o pedido formal foi feito com o objetivo de extradição de Emilio Ricardo (Lozoya)”, disse um oficial de comunicação da instituição sem dar mais detalhes sobre o pedido.
Lozoya, um colaborador muito próximo do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018), foi preso em fevereiro passado na cidade espanhola de Málaga, na primeira prisão de um funcionário mexicano de alto nível envolvido nesse escândalo.
A Procuradoria Geral do México (FGR) enviou o processo de Lozoya ao Ministério das Relações Exteriores do México, que por sua vez encaminhou a documentação ao governo espanhol. As autoridades mexicanas tinham até quinta-feira para solicitar a extradição.
Um mandado de prisão foi expedido para o ex-diretor da Pemex e três de seus familiares antes de sua detenção na Espanha, e acreditava-se que ele estava na Alemanha.
Em novembro passado, a promotoria mexicana ordenou prisão preventiva contra sua mãe.
Lozoya é conhecido por ter recebido subornos milionários da Odebrecht, que seriam repassados para a campanha presidencial de Peña Nieto, do qual era encarregado de assuntos internacionais.
Ele também é acusado de ter autorizado, quando já era diretor da Pemex, a compra de uma fábrica de fertilizantes por cerca de 500 milhões de dólares, preço excessivo devido ao mau estado de suas instalações, segundo o governo e a opinião de especialistas da indústria. Lozoya negou todas essas acusações.
Versões jornalísticas indicam que o renomado advogado espanhol Baltasar Garzón, que foi internado na terça-feira por apresentar sintomas do novo coronavírus, ficará encarregado da defesa do ex-funcionário, mas a relação entre os dois não foi oficializada.