Em meio à politização da crise sanitária que atinge o país, o governador paulista João Doria reagiu aos ataques do presidente Jair Bolsonaro. Numa entrevista ao canal de notícias CNN Brasil, o presidente chamou Doria de “lunático” e disse que “as eleições de 2022 ainda estão longe”.
A resposta veio pelas redes sociais: “Bolsonaro chama coronavírus de gripezinha e eu que sou lunático? Lidere seu país, presidente. Faça seu papel. Os governadores do Brasil estão fazendo o seu”, retrucou Doria conforme a revista Veja.
Era uma referência ao anúncio que fizera no início da tarde, de uma reunião com governadores do Sul e do Sudeste para discutir novas estratégias de combate à doença. O episódio se soma às criticas do governador do Rio, Wilson Witzel. Na sexta-feira, ele escreveu: “Pelo amor de Deus, o governo federal precisa entender que não é hora de fazer política. É hora de trabalhar”. Na sexta-feira, os nove governadores do Nordeste enviaram uma carta à embaixada chinesa no Brasil pedindo auxílio.
Ontem, pela quinta noite consecutiva, diversas cidades pelo país registraram manifestações contrárias ao governo do presidente. O padrão das noites anteriores se repetiu: gritos e palavras de ordem desde o cair do sol e o ápice às 20h30, quando o bater das panelas era generalizado.
Mais cedo, de bermuda e chinelo, Bolsonaro, o aniversariante do dia, anunciou que o laboratório do Exército vai ampliar a produção de cloriquina. O medicamento pode ser um dos antídotos para o vírus, mas sua eficácia não está comprovada.