A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), defende que, além de reforçar a luta por mais respeito e igualdade, também é necessário comemorar as diversas conquistas alcançadas ao longo da história. Para ela, essa é uma forma de honrar a memória das gerações femininas anteriores e se imbuir de esperança para o futuro.
Ireuda citou alguns exemplos, como o da conquista do direito de cursar universidade no Brasil em 1879. Ainda conforme ela, bem mais tarde, em 1932, a Constituição Brasileira concede às mulheres o direito ao voto. Já em 2006, foi criada a Lei Maria da Penha e, em 2011, a legislação do país tipificou o crime de feminicídio.
Homens aliados
“Nós conquistamos o mercado de trabalho, passando a atuar em áreas historicamente atribuídas apenas aos homens, inclusive na política, nos esportes, no mercado de trabalho. Tudo isso é resultado de muita luta, otimismo e perseverança, o que devemos valorizar. Sem o empenho dessas guerreiras não estaríamos aqui hoje”, diz Ireuda.
“Feito isso, devemos nos voltar para a realidade, que é ainda muito dura, com grandes desigualdades, desrespeito e violência, que é o que nos motiva a seguir em frente”, acrescenta. A vereadora aponta que as mulheres precisam de mais oportunidades de emprego e salários iguais aos dos homens; mais acesso a espaços de poder e liderança, como a participação política; além de apoio e maiores condições para se resguardar da violência e do assédio sexual.
Para isso, Ireuda defende que os homens sejam aliados permanentes.
“As mulheres não vão reescrever a história sozinhas. É dever dos homens pensar e discutir o assunto, já que são representantes de um sistema que socialmente os coloca num nível superior às mulheres. Combater o machismo e as imposições do patriarcado é um compromisso a ser assumido por todos”, pontua.
De acordo com Ireuda, é inadmissível continuar a se pensar em papéis exclusivamente masculinos e femininos. “Na vida doméstica, por exemplo, o homem precisa assumir responsabilidades. A obrigação de cuidar da casa e dos filhos não é apenas da esposa”, avalia. “Não é porque fomos educados dessa forma que vamos reproduzir esse mesmo modelo em nossa própria família. O progresso consiste em romper com ideias ultrapassadas e abraçar novas. Só assim chegaremos a algum lugar”, completa.