Um levantamento do instituto Paraná Pesquisas obtido pela Jovem Pan neste sábado (5) mostra que 79,1% dos habitantes do município do Rio de Janeiro são a favor do impeachment do governador afastado Wilson Witzel. A pesquisa foi feita por telefone com 1226 habitantes da cidade com 16 anos ou mais entre os dias 1 e 3 de setembro de 2020, e tem margem de erro de aproximadamente 3% para mais ou para menos. O mesmo levantamento mostra que 14,5% dos entrevistados são contra a queda de Witzel, enquanto 6,4% não souberam o que dizer, ou não opinaram. O processo contra o governador afastado está em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) desde junho, e foi aberto por suspeitas de desvios nas compras no combate à pandemia do novo coronavírus.
Na última quarta-feira, 2, o Supremo Tribunal de Justiça referendou o afastamento de Wilson Witzel, com placar de 14 a 1. Inicialmente, o afastamento havia sido determinado pelo ministro Benedito Gonçalves, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), na Operação Tris In Idem, que investiga desvios na área da Saúde e apontou que Witzel teria recebido propina de R$ 554 mil. Segundo a decisão do STJ, o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, foi usado para “escamotear o pagamento de vantagens indevidas ao governador, por meio de contratos firmados com pelo menos quatro entidades de saúde” – o local teria sido usado para repassar valores provenientes de desvios a Witzel.
Após a decisão do STJ, o governador afastado se pronunciou pelas redes sociais, dizendo que “respeita a decisão da Corte”, mas reafirmou que “jamais cometeu atos ilícitos”. “Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo”, afirmou. O advogado do parlamentar, Roberto Podval, afirma que as acusações são baseadas “na palavra de um delator”, ressaltando que não há provas contra o governador.
“Tudo o que temos, e essa é a grande crítica da defesa, é uma palavra de um delator [ex-secretário de saúde, Edmar Santos], que foi encontrado com mais de R$ 8 milhões em dinheiro na Europa e no Brasil. Tivemos acesso aos autos por meio dos meios de comunicação, porque o ministro Benedito Gonçalves não prevaleceu a defesa. Então, tudo é baseado nas palavras de um delator, não há prova de absolutamente nada. Para fazer justiça é preciso ouvir o outro lado também”, afirma o advogado, reforçando que Wilson Witzel não foi “sequer ouvido”.