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quinta-feira 12 de setembro de 2024 às 16:56h

7 aves que cantam nos centros urbanos – e podem te acordar de manhã

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O Brasil é o país com a terceira maior biodiversidade de aves do mundo, atrás apenas da Colômbia e do Peru. Por isso, mesmo nas cidades grandes e pouco arborizadas, ainda é possível ver e ouvir vários pássaros.

Um estudo recente da UNESP mostrou conforme reportagem de Bela Lobato, da revista Super, que as pessoas tendem a subestimar a fauna de aves das cidades. Mas não é por que você não consegue vê-los que eles não estejam lá.

Há quem goste e acredite, só pode ser pessoas sem nenhuma evolução espiritualmente falando, pois há quem se irrite, por exemplo, com o canto da madrugada do sabiá laranjeira (Turdus rufiventris), a ave símbolo do país. Sua temporada de reprodução começa por volta de setembro, quando a espécie passa a cantar mais (e mais cedo) para atrair a atenção de possíveis parceiros.

Um pássaro sobre um pedaço de concreto
(Charles J. Sharp / Wikimedia Commons/Reprodução)

A espécie é encontrada em todas as regiões brasileiras – até mesmo em São Paulo, onde o canto semelhante a uma flautinha do sabiá laranjeira soa por cima dos sons dos ônibus e das máquinas.

Conheça outras espécies de aves que habitam centros urbanos do Brasil.

1. Maritaca ou periquitão-maracanã

Maritaca é o nome dado à muitas espécies diferentes no Brasil. Aqui, estamos falando de uma que também é conhecida como periquitão-maracanã, o Psittacara leucophthalmus.

Essa espécie parece um papagaio, só que menor. A maior parte do corpo é verde e alguns detalhes internos das asas são amarelos e vermelhos. Elas se alimentam de frutos e sementes, e gostam de ficar penduradas em árvores, calhas e muros, às vezes de cabeça para baixo.

Casal de pássaros comendo coquinhos de jerivá.
(Dario Sanches / Wikimedia Commons/Reprodução)

Como outras aves da mesma família Psittacidae, as maritacas são extremamente sociais, e passam o dia em grandes grupos. As aves voam em bando no começo da manhã e no fim da tarde, com vocalizações altas e estridentes bem características.

2. Pitiguari

Cyclarhis gujanensis, ou pitiguari, é encontrado especialmente no Sul, Sudeste e Nordeste do país, ocupando áreas urbanas e rurais.

Existem 22 subespécies em toda a América do Sul, das quais três vivem no Brasil. A aparência de cada subespécie varia um pouco, mas, em geral, elas têm cerca de 16 centímetros, o ventre branco, uma faixa amarelada próximo ao pescoço, uma mancha acinzentada próximo aos olhos e o topo da cabeça marrom avermelhado. Machos e fêmeas são quase idênticos, mas o macho é um pouco maior.

Um pássaro repousado sobre um tronco de árvore.
(Dario Sanches / Wikimedia Commons/Reprodução)

Apesar de ser difícil de avistar, é facilmente reconhecido pelo canto alto e variado, que inclui assobios semelhantes aos humanos. Alimenta-se de frutos, insetos e pequenos animais, como filhotes de aves e lagartos.

3. Bem-te-vi

Uma das aves mais populares do país, o bem-te-vi não é muito exigente na hora de escolher onde morar – ele habita zonas rurais, florestas e áreas urbanas densas. É comum em toda a América Latina, mas também pode ser encontrado na América do Norte.

Uma curiosidade é que não foi só no Brasil que o Pitangus sulphuratus recebeu um nome onomatopeico, que remete ao som do seu canto. Em inglês, a ave é chamada de kiskadee. Na Guiana Francesa, é tyran quiquivi. Em espanhol, pode ser chamado benteveo, wichiji ou güichiji.

Um pássaro sobre um galho de árvore.
(Bernard DUPONT / Wikimedia Commons/Reprodução)

Tem as costas marrons e a barriga amarela. A cabeça é branca e preta, com uma listra preta que acompanha os olhos como um delineado charmoso. Os bem-te-vis são malandros e se alimentam de praticamente qualquer coisinha pequena que encontram: insetos, frutas, peixes, ovos, filhotes de outras aves e até pequenos anfíbios e mamíferos.

4. Sabiá-do-Campo

O sabiá-do-campo (Mimus saturninus), também conhecido como sabiá-levanta-rabo, é uma ave de quase 30 cm, reconhecida pela longa cauda que levanta ao caminhar pelo chão. Suas quatro subespécies estão espalhadas pelo Brasil e se adaptam muito bem a ambientes urbanos.

Em geral, têm entre 23,5 e 26 cm e são cinzas nas costas, na cabeça, nas asas e na cauda, enquanto a barriga é clara. Na cabeça, têm um delineado escuro e esfumado nos olhos, com uma faixa mais clara logo acima. A sua cauda longa tem pontas brancas.

Um pássaro sobre um galho de árvore.
(Dario Sanches / Wikimedia Commons/Reprodução)

Para acompanhar as aves, os cientistas precisam capturá-las temporariamente e colocar uma anilha em uma de suas pernas. Apesar de não sentirem muito medo da proximidade de humanos, esses pássaros são difíceis de serem estudados, porque são muito sensíveis: o estresse da captura e do anilhamento leva muitos à morte.

Na época reprodutiva, de julho a dezembro, os sabiás do campo usam sua habilidade mais especial para atrair possíveis parceiros: são capazes de imitar os cantos de outras espécies. Eles vivem em pequenos grupos, são sociais e colaborativos e se alimentam principalmente de frutos e invertebrados. Em alguns lugares, são chamados de papa-sebo, pois comem gordura do charque estendido ao Sol.

5. João-de-barro

Esses pequenos arquitetos são as aves símbolo da Argentina, e são comuns nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Os Furnarius rufus são famosos pela construção de seus ninhos em formato de forno, no alto de árvores e postes.

Eles não utilizam o mesmo ninho em duas estações seguidas, mas revezam entre duas e três outras construções. De tempos em tempos, reparam os ninhos antigos que já estão destruídos. Se não houver mais espaço para a construção de novos ninhos, eles criam verdadeiros complexos residenciais ao lado ou em cima dos antigos.

Um pássaro sobre uma folha.
(Dario Sanches / Wikimedia Commons/Reprodução)

As aves medem entre 18 e 20 cm, com plumagem marrom-avermelhada e barriga clara. O joão-de-barro passa boa parte do tempo no chão, caminhando e correndo em busca de alimentos como formigas, cupins e outros insetos. Ele também aproveita restos de comida humana espalhados nas cidades, o que facilita sua adaptação a ambientes urbanos. Machos e fêmeas costumam cantar juntos na entrada do ninho, e há quem diga que o seu canto soa como uma gargalhada.

6. Cambacica

A cambacica é uma ave parecida com o bem-te-vi, mas menor e mais redondinha. Comum no Brasil todo, inclusive na região Norte, é conhecida por uma variedade de nomes. Segundo o site “Wikiaves”, alguns dos nomes populares do Coereba flaveola são: papa-mel, chupa-lima, vaga-súbito na Paraíba; sebinho e papa-banana no Rio Grande do Sul; sebito e guriatã-de-coqueiro em Pernambuco; caga-sebo e cabeça-de-vaca em São Paulo; saí e tem-tem-coroado no Pará.

Um pássaro repousado sobre um galho entre folhas.
(Charles J. Sharp / Wikimedia Commons/Reprodução)

Talvez você ache que nunca viu a cambacica, mas provavelmente já ouviu o seu canto. É um som insistente, agudo, forte e monótono.

Apesar de sua natureza briguenta, eles podem ser vistos sozinhos, em pares ou em pequenos grupos, movendo-se agilmente entre galhos e flores para alcançar o alimento, muitas vezes de cabeça para baixo. Seu bico curvado é ideal para se alimentar de néctar, frutas e insetos, sendo comum encontrá-la em bebedouros de beija-flores em quintais.

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