Para 60% da população, Lula exagerou ao comparar ação de Israel em Gaza ao que Hitler fez na Segunda Guerra, diz levantamento de pesquisa da Quaest/Genial.
Entre os entrevistados, 28% acham que ele não exagerou e 11% não souberam ou não responderam. O levantamento foi feito com 2 mil pessoas entre 25 e 27 de fevereiro.
Lula fez a declaração durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou da 37ª Cúpula da União Africana.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Em resposta, Israel convocou o embaixador brasileiro para reprimenda e declarou Lula persona non-grata no país.
O termo “persona non grata” (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.
Ações de Israel são aprovadas por maioria
A pesquisa Quaest mostrou também que a maioria não concorda que Israel exagerou ao declarar o presidente brasileiro como “persona non-grata”:
- 41% acham que a medida de Israel foi exagerada;
- 48% acham que não houve exagero;
- 11% não sabem ou não responderam.
Mais de 24 mil pessoas já morreram no conflito, que começou no início de outubro de 2023, depois que o grupo terrorista Hamas realizou um ataque sem precedentes no sul de Israel, que causou a morte de 1.404 pessoas.
Durante o ataque, cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza. Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas.
Ainda de acordo com a pesquisa, a reação armada de Israel nos meses seguintes não é considerada exagerada por 50% da população. Outros 36% afirmam o contrário.
Os dados, no entanto, mostram que a imagem de Israel piorou entre os brasileiros. Em outubro de 2023, 52% tinham opinião favorável sobre o país, taxa que diminuiu para 39%.
Essa mudança de opinião aconteceu principalmente dentro dos eleitores de Lula. No começo da guerra, 37% tinham opinião desfavorável a Israel; atualmente a taxa é de 56%