Uma pesquisa da Playtech, empresa líder mundial em tecnologia para jogos online, constatou que a desconfiança nas plataformas de bets é uma grande preocupação para 55% dos apostadores brasileiros entrevistados. Para 74%, algumas partidas esportivas são manipuladas e outros 51% citam preocupação com a segurança dos dados durante os jogos online.
As entrevistas foram feitas em agosto, período em que o governo federal regulamentava as apostas esportivas e recebia pedidos de autorização das empresas do setor para operar no País. As regras do mercado começaram a valer neste ano.
Concluída no mês passado, a pesquisa ouviu 2.500 pessoas com mais de 18 anos no Brasil e em quatro vizinhos na América Latina: Argentina, Colômbia, Peru e Chile. “O Brasil está se posicionando para se tornar um dos maiores mercados regulamentados de apostas online e de mais rápido crescimento do mundo”, afirmou o documento, acrescentando que o mercado nacional é “um dos principais motores de crescimento na região”.
A lei das bets foi sancionada no Brasil em dezembro de 2023, após ser aprovada pelo Congresso Nacional. Em 2024, o Ministério da Fazenda regulamentou o assunto e detalhou regras para o funcionamento do setor. Para operar no País pelos próximos cinco anos, cada empresa teve de pagar uma outorga de R$ 30 milhões, além de cumprir uma série de exigências legais, como combate a fraude, lavagem de dinheiro e publicidade abusiva.
A pesquisa mostrou também que 74% dos brasileiros acreditaram que algumas partidas esportivas eram manipuladas. Outros 51% citaram preocupação com a segurança dos dados durante os jogos online.
Os entrevistados que pararam de apostar citaram os seguintes motivos para a decisão: perda de confiança nas empresas de apostas (31%); perdas financeiras (28%); se sentiram enganados (25%); e altos riscos financeiros envolvidos (22%).
Perfis dos apostadores brasileiros
– Homens: 79% jogam semanalmente; 51% desconfiam das plataformas de apostas; 1/3 gasta entre R$ 50 e R$ 100 por mês;
– Mulheres: 66% jogam semanalmente; 60% desconfiam das plataformas de apostas; 28% gastam menos de R$ 50 mensais nas apostas.
Uma das investigações sobre manipulação em apostas esportivas acontece no Senado. Na próxima quarta-feira, 19, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado votará o relatório final do colegiado.
O documento pede o indiciamento de Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá, ex-atleta do Flamengo que joga atualmente no futebol inglês. A CPI apontou que Tolentino transferiu R$ 30 mil a Luiz Henrique, ex-Botafogo, para que recebesse um cartão amarelo durante uma partida pelo Betis, da Espanha.