Com 12,95% de prefeitas, participação da mulher na política é desafio na Bahia
8 de Março: Passados 109 anos do incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York, onde 130 operárias foram deixadas para morrer carbonizadas por exigirem seus direitos, a luta das mulheres por igualdade ainda é um anseio a ser atingido. E se o protagonismo feminino evolui na sociedade ao longo do século 20, com uma maior inserção feminina no ambiente do trabalho, da ciência e da política, a igualdade de participação nos espaços de poder ainda está aquém deste esforço.
Segundo a UPB, a Bahia é um exemplo da necessidade deste debate, uma vez que dos 417 municípios baianos apenas 54 são administrados por mulheres.
MUNICÍPIOS BAIANOS COMANDADOS POR MULHERES
Municípios Prefeitas
América Dourada | ROSA MARIA DOURADO LOPES |
Anagé | ELEN ZITE PEREIRA DOS SANTOS |
Araças | MARIA DAS GRAÇAS TRINDADE LEAL |
Arataca | KATIANA PINTO DE OLIVEIRA |
Aurelino Leal | ELIZANGELA RAMOS ANDRADE GARCIA |
Baianópolis | JANDIRA SOARES SILVA XAVIER |
Banzaê | JAILMA DANTAS GAMA ALVES |
Barro Preto | ANA PAULA SILVA SIMÕES SANTOS |
Caatiba | MARIA TANIA RIBEIRO SOUSA |
Cafarnaum | SUELI FERNANDES DE SOUZA NOVAIS |
Campo Formoso | ROSANGELA MARIA MONTEIRO DE MENEZES |
Canápolis | MYRIAM GONÇALVES TEIXEIRA DE OLIVEIRA |
Cândido Sales | ELAINE PONTES DE OLIVEIRA |
Capim Grosso | LYDIA FONTOURA PINHEIRO |
Cardeal da Silva | MARIANE MERCURI DE SANTANA ALMEIDA OLIVEIRA |
Conceição do Jacuípe | NORMÉLIA MARIA ROCHA CORREIA |
Cotegipe | MÁRCIA DA SILVA SÁ TELES |
Cravolândia | IVETE SOARES TEIXEIRA ARAÚJO |
Dias D’Ávila | JUSSARA MARCIA DO NASCIMENTO |
Floresta Azul | GICELIA DE SANTANA OLIVEIRA SANTOS |
Guaratinga | CHRISTINE PINTO ROSA |
Ibirataia | ANA CLEIA DOS SANTOS LEAL |
Ipecaetá | SUEDER SANTANA SILVA SANTOS |
Ipiaú | MARIA DAS GRAÇAS CESAR MENDONÇA |
Itagimirim | DEVANIR DOS S. BRILLANTINO |
Itamarí | PALLOMMA EMMANUELA UZEDA TAVARES ANTAS |
Itanagra | DANIA MARIA DA SILVA |
Itanhém | ZULMA PINHEIRO DOS SANTOS VAZ |
Itaparica | MARLYLDA BARBUDA DOS SANTOS |
Itiruçú | LORENNA MOURA DI GREGORIO |
Itiúba | CECILIA PETRINA DE CARVALHO |
Ituberá | IRAMAR BRAGA DE SOUZA COSTA |
Jucuruçu | UBERLANDIA CARMOS PEREIRA |
Lajedo do Tabocal | MARIANE ISABEL MOREIRA FAGUNDES |
Lauro de Freitas | MOEMA ISABEL PASSOS GRAMACHO |
Macajuba | MARY MARQUES DIAS SAMPAIO |
Malhada de Pedras | TEREZINHA BALEEIRO ALVES SANTOS |
Maragojipe | VERA LUCIA MARIA DOS SANTOS |
Maraú | MARIA DAS GRAÇAS DE DEUS VIANA |
Medeiros Neto | JADINA PAIVA SILVA |
Mortugaba | RITA DE CÁSSIA CERQUEIRA DOS SANTOS |
Nazaré | EUNICE SOARES BARRETO PEIXOTO |
Nova Redenção | GUILMA RITA DE CASSIA GOTTSCHALL DA SILVA SOARES |
Pau Brasil | BARBARA SUZETE DE SOUSA PRADO |
Porto Seguro | CLAUDIA SILVA SANTOS OLIVEIRA |
Prado | MAYRA PIRES BRITO |
Santaluz | QUITERIA CARNEIRO ARAUJO |
Saubara | MARCIA MENDES OLIVEIRA DE ARAUJO |
Sento Sé | ANA LUIZA RODRIGUES DA SILVA PASSOS |
Sítio do Mato | SOFIA MARCIA NUNES GONÇALVES |
Terra Nova | MARINEIDE PEREIRA SOARES |
Ubaitaba | SUELI CARNEIRO DA SILVA CARVALHO |
Ubatã | SIMEIA QUEIROZ DE SOUZA |
Wanderley | FERNANDA SILVA SÁ TELES |
A baixa representatividade local é reflexo também dos índices nacionais. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a edição mais atualizada do ranking que avalia a presença de mulheres nas Casas Legislativas de mais de 190 países mostra o Brasil na posição 133, no quesito de participação.
Algumas ações vêm sendo implementadas no intuito de melhorar esse número. A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) estabelece que, nas eleições proporcionais cada partido ou coligação deve apresentar o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas de cada sexo. Do mesmo modo, em maio de 2018, o TSE decidiu que 30% dos R$ 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral, principal fonte de financiamento da última disputa, deveriam ser usado em candidaturas femininas.
O estudo da FGV mostra ainda que há outro aspectos a se considerar na participação delas na política, além do financeiro. Quanto o assunto é capital político, a pesquisa aponta que no parlamento brasileiro o capital familiar é o mais presente (49%), seguido do próprio campo de atuação (44%), dos movimentos sociais (26%), midiático (17%), religioso (12%) e sindical (10%). Essa tendência é seguida também nas prefeituras.
A história mostra passos lentos
Um estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra a média de representatividade de prefeitas por Estado de 1972 a 2016. Na Bahia foi registrada neste período uma média de apenas 6,46% de representatividade feminina no comando do executivo municipal. No estado, Urandi foi o primeiro município a ter uma mulher prefeita, Nair Guimarães Lacerda, indicada ao cargo em 1936. Entretanto, somente em 1958 o estado registrou a primeira prefeita eleita pelo voto popular, Dejanira Resende de Souza no município de Belmonte.
A UPB por meio de suas ações busca fortalecer as gestões, inclusive as femininas, por meio do assessoramento especializado. A instituição acredita que a participação das mulheres na política é de fundamental importância para o avanço das políticas de gênero no Brasil, e, sobretudo, para a transformação social em todas as esferas.