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sexta-feira 26 de novembro de 2021 às 06:49h

51% das mulheres já sofreram violência em ambiente político, aponta pesquisa

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Conforme publicou o Congresso em Foco, as ofensas, ataques sexuais, fake news, agressão nas redes sociais, são algumas das coisas que mais ocorrem na política. Esses são alguns exemplos de violência política que afastam as mulheres e causam a baixa representatividade feminina nos espaços de poder. De acordo com pesquisa inédita realizada pelo Instituto Justiça de Saia, 51% das mulheres relataram que já sofreram alguma das condutas de violência, sejam como eleitoras, candidatas ou no exercício do mandato.

A pesquisa, que faz parte dos resultados dos primeiros 46 dias da pesquisa online Políticas de Saia, realizada pelo Instituto Justiça de Saia com o apoio da organização Justiceiras, pretende apoiar a mudança no cenário de sub-representação feminina em espaços políticos e aprimorar a democracia brasileira, a pesquisa vai mapear a violência política contra mulheres no país até outubro de 2022.

Dentre as formas de violência relatadas pelas mulheres entrevistadas estão as ofensas morais e os xingamentos (50,3%), a exclusão, expulsão ou restrição a espaço político (35,9%), as ameaças (21,6%), os ataques sexuais (18%), as fake news (16,8%), a agressão física (6%) e a invasão de redes sociais (7,4%). Por não confiar no sistema Judiciário, não saber onde denunciar, medo ou vergonha, apenas 9,4% denunciaram seus agressores.

Falta de representatividade

O levantamento mostra também que 89% das mulheres não se sentem representadas pelos homens na política. Para 95,4% das participantes, não há número suficiente de mulheres na política. E 96,7 % acreditam que a existência de mais mulheres na política impacta positivamente o desenvolvimento de políticas públicas e ações em prol das mulheres.

“Não podemos nos ater à retórica de que as mulheres não se interessam por política, os dados dizem o contrário, 62% exercem algum tipo de liderança, almejam uma transformação social, são líderes comunitárias, são empresárias, são professoras, são cidadãs com anseio de mudança e justiça de ponta a ponta do Brasil”, explicou a promotora Gabriela Manssur, presidente do Instituto Justiça de Saia e uma das idealizadoras do projeto.

Do universo das 155 mulheres entrevistadas, 13,1% afirmam ter se candidatado a algum cargo público, 123 não foram eleitas (79,4%) e 121 relatam que a promessa de campanha para a candidatura não foi cumprida pelo partido. 90,8% concorreram a cargos de vereadora, 11,8% a deputada estadual, 3,9% a prefeita, 3,3% a vice-prefeita, 10,5% a deputada federal e 1,3% a senadora . Das candidatas eleitas, 42 (29,4%) exercem alguma liderança na casa legislativa local.

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