O Palácio do Planalto e a Casa Civil determinaram que cada um dos ministros do governo Lula (PT) têm rigorosos cinco minutos para falar na primeira reunião ministerial do ano, que acontece nesta segunda-feira (20).
Nesse tempo, os ministros precisam focar em até cinco “entregas” que pretendem fazer em 2025, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, comandado por Wellington Dias (PT).
Os ministros tiveram que enviar para a Casa Civil validar, na semana passada, o que iriam apresentar na reunião desta segunda. A pasta orientou que fosse escolhido somente o que realmente poderia ser entregue em 2025.
O encontro acontece na Granja do Torto, residência de campo da Presidência da República, e marca o início da segunda metade do governo Lula. Um dos objetivos do presidente é passar “missões” aos ministros para combater desgastes recentes – como a polêmica em torno da fiscalização do PIX e a alta na inflação dos alimentos.
Em seu discurso inicial, Lula disse que o governo ainda não entregou o que prometeu na campanha eleitoral.
“Posso dizer pra vocês que a entrega que nós fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nos comprometemos a fazer em 2022. Porque muitas das coisas que nós plantamos ainda não brotaram, não nasceram. Esse ano será de definição”, afirmou Lula.
Para tentar “corrigir”, nos próximos dois anos, o que o governo fez de errado, Lula também anunciou restrições às publicações de portarias pelos ministérios.
“Daqui pra frente nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão pra nós, sem que essa portaria passe pela Presidência da República através da Casa Civil. Muitas vezes, a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, alguém faz um negócio qualquer, e daqui a pouco, arrebenta e vem cair na Presidência da República”, afirmou.
A reunião acontece em um momento considerado por analistas como delicado para o governo, devido às críticas e as fake news envolvendo o PIX.
Além disso, aliados do governo no Congresso Nacional cobram mudanças no primeiro escalão, buscando dar mais espaço a integrantes de partidos que sustentam o governo no Legislativo.
Até agora, só uma troca aconteceu, na Secretaria de Comunicação Social (Secom). O publicitário Sidônio Palmeira — que atuou na campanha de Lula em 2022 — assumiu como ministro no lugar de Paulo Pimenta (PT-RS).
Segundo aliados de Lula, há cobranças também por trocas em ministérios com gabinete no Palácio do Planalto (Secretaria-Geral e Secretaria de Relações Institucionais), além de pastas como Saúde, Mulheres e Justiça.