Em um evento anual nos Estados Unidos que reuniu cientistas, escritores, empreendedores, professores, empresas, instituições de ensino, representantes de governo e agências governamentais, artistas, produtores e investidores o que mais se debateu foi o fato que todos nós estamos presenciando a morte lenta das redes sociais.
Um estudo considerado controverso, basicamente diz que o Facebook, assim como todas as redes sociais apresentaria um momento de ápice antes de sua queda vertiginosa, e que ela estaria passando por esse momento de declínio.
Internet não é mais novidade, é necessidade
Você está pensando em Facebook. Mas vai muito além dele.
YouTube, Twitter, Snapchat, Reddit e ferramentas de “online dating” também estão sendo duramente criticadas pela falta de credibilidade depois do que ocorreu nos Estados Unidos. O público cobra dessas empresas uma postura de “you should know better” como dizem os americanos.
Sabemos que ficou mais barato falar com qualquer um em qualquer lugar do planeta e todos ganhamos a chance de virar criadores de conteúdo, mas a credibilidade das redes se foi, diz estudo.
Em uma análise do uso da mídia social, o Pew Research Center informou que os aplicativos para o envio de mensagens e as novas redes sociais estão perdendo mais rapidamente terreno, principalmente entre os jovens americanos. O relatório da Pew mostrou que 29% usam WhatsApp.
Este estudo, divulgado recentemente, entrevistou milhares de pessoas em 37 países para entender os hábitos de consumo de jornalismo via rede social.
Segundo a pesquisa, o índice de pessoas que se informam pelas redes sociais caiu em diversos mercados importantes, como Estados Unidos (6%), Reino Unido e França. “Quase a totalidade disso se deve à diminuição da busca, publicação e compartilhamento de notícias do Facebook”, analisam os autores depois dos escandalos do Facebook.
Rede social é meio, e não fim
Por outro lado, aplicativos de troca de mensagens, como Whatsapp, FB Messenger, Telegram e Skype, estão ganhando espaço como palco de troca de notícias porque redirecionam os leitores para websites confiáveis.
Entre os brasileiros entrevistados para a pesquisa, quase a metade (48%) afirmaram usar o Whatsapp para acesso a conteúdo jornalístico. O país só fica atrás da Malásia, onde o índice foi de 54%. O percentual vem crescendo também em outros países, como Espanha (36%) e Turquia (30%).
Declínio ainda maior do alcance orgânico
Se você está percebendo o seu alcance cada vez menor, prepare-se: essa é uma tendência será em toas as redes sociais.
Existem dois principais motivos para isso acontecer.
Primeiro: as plataformas precisam monetizar e, para isso, criam maneiras para que você invista nelas. O alcance orgânico é reduzido, e os anúncios passam a ser a opção de conseguir mais engajamento.
Segundo: Não somente novas funcionalidades surgem. Plataformas e meios de consumir conteúdo tomam força cada dia mais.
Se antigamente muitas pessoas acessavam a internet por meio de computadores, hoje grande do tráfego online vem de dispositivos móveis (smartphones, tablets, etc.). E não é só isso que mudou!
Relacionamento é o foco
O relacionamento entre usuários e marcas tende cada vez mais para a horizontalidade, ou seja, um diálogo entre iguais. Por isso, encontrar formas de inserir os usuários na produção de conteúdo é um dos grandes desafios.
Para sair na frente, é preciso entender as demandas e modos de relacionamento de seu público e adaptar sua produção de conteúdo nesse sentido.
Escândalo que afetou a rede social
Em março, o mundo acompanhou a polêmica envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytica, uma empresa de mineração e análise de dados para campanhas políticas, que teve acesso aos dados de 50 milhões de usuários da rede social, de forma que tanto o Facebook quanto seus usuários foram enganados.
O Facebook acusou a Cambridge de ter comprado dados dos usuários da plataforma de forma ilegal para usá-los na campanha política de Donald Trump e do Brexit. O Estados Unidos entrou com investigação sobre o uso de dados de usuários da rede, o que representa um dos maiores escândalos envolvendo o Facebook.
O caso trouxe impactos negativos à Bolsa de Valores, o que gerou uma queda de 6,72% nas ações no primeiro dia de negociação após o escândalo ter sido anunciado. Além disso, o movimento #deleteFacebook foi criado para incentivar os usuários a deixarem a rede social.
87 milhões de pessoas em todo o mundo podem ter tido suas informações compartilhadas, sendo 443 mil no Brasil. Alguns países, como Indonésia e Austrália anunciaram também que investigarão o Facebook por conta do escândalo. A Justiça Federal, por sua vez, multou a operação brasileira da rede social em R$ 111,7 milhões.
Por fim, pesquisa conclui que quem ganha agora são os clientes que, cada vez mais, desejam soluções de credibilidade e, ao mesmo tempo, entretenimento sadio, que agreguem tempo, segurança e produtividade, diz estudo.
Portanto, com um bom relacionamento, empresas de rede sociais saberão como atender melhor e entregar melhor seus serviços e/ou produtos, tornando assim seus clientes, os maiores canais de divulgação da sua marca.
Compramos a ideia de que tudo se resolve com views, likes e shares nas redes. Mas hoje sabemos que é tudo isso e muito mais. Mas por meio de conexões reais. E engajamento idem principalmente na política.
Por Alberto Flores, Jonas Dantas e Aline Schtts