Na Prefeitura de Salvador, não faltam servidores que se dedicam e se descobrem no exercício do labor. Atualmente, a administração municipal possui 31.720 funcionários ativos, sendo 19.341 mulheres – o que representa cerca de dois terços do total. Dentro da missão de servir Salvador e seus cidadãos, surgem histórias de descobertas de uma nova vocação que, hoje, trazem plena realização profissional.
Desde 2007 atuando na Defesa Civil de Salvador (Codesal), a jornalista Simone Café ingressou na Prefeitura como analista de comunicação social, mas logo foi convocada para o Setor de Estudos e Projetos como responsável pela elaboração de relatórios e comunicação interna. “Eu ia pouco para a rua, a intenção era ter uma jornalista para escrever o que eles precisavam”.
Mas a curiosidade foi além. Logo ela pediu para conhecer o trabalho de outros setores da Codesal, pois, segundo ela, quando se entra em uma organização, é preciso conhecer os detalhes de como funciona a estrutura. Anos depois, foi designada para o Setor de Ações Comunitárias e Educativas, para capacitação de moradores de áreas de risco e estudantes da rede municipal, e se apaixonou.
Simone notou, então, que fazia mais sentido trabalhar na área de assistência social. Por isso, em maio de 2021, ela foi convocada para uma nova empreitada: atuar no Escritório de Projetos Sociais, a pedido da vice-prefeita e secretária de Governo (Segov), Ana Paula Matos. “Ela me viu bastante nas ações de evacuação, quando as sirenes são acionadas, e foi aí que surgiu o convite para trabalhar no escritório, implantando projetos sociais nas comunidades mais vulneráveis”.
Sobre o novo desafio, ela conta que é uma responsabilidade grande, pela confiança depositada. “Sou grata por terem me escolhido, é uma missão muito bonita. Digo que as pessoas que trabalham na gestão e dormem tranquilos enquanto outras passam necessidade não está certo. Não dá para colocar a cabeça no travesseiro com a nossa realidade, e nós queremos mudar isso, temos que dar o melhor pela cidade”.
Do serviço social para a gestão cultural – Na Fundação Gregório de Mattos (FGM), a servidora Sara Rocha Almeida atua na gerência de Equipamentos Culturais. Há pouco mais de dois anos na autarquia, ela conta que é assistente social por formação e começou sua trajetória na Prefeitura em 1997, na Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). Ao longo do caminho, foram surgindo oportunidades que a fizeram seguir por outros caminhos. “Me sinto realizada na área que ocupo, de gestão e planejamento, que gosto muito”.
Ela lembra de um fato interessante ocorrido assim que ingressou na Prefeitura de Salvador: foi convocada para trabalhar na área comunitária, e a região da cidade escolhida foi o Nordeste de Amaralina. O papel dela à época era traçar um estudo-diagnóstico da área e, para isso, foi preciso visitar todas as ruas, ladeiras e vielas do bairro, além de dialogar com os moradores.
“Neste mesmo período fiquei grávida de meu filho e ele – na barriga – presenciou o trabalho que desenvolvi, passo a passo. A conclusão do estudo diagnóstico coincidiu com o nascimento de meu filho. Ao voltar da licença-maternidade recebi muitos elogios, fui convidada para assumir a minha primeira função de confiança na Prefeitura e desde então venho assumindo mais e mais desafios. Sempre digo a meu filho como ele foi fundamental em minha trajetória profissional, estando cotidianamente comigo num momento tão ímpar e que resultou no início de uma vida dedicada ao serviço público com muito amor”.
Depois do período na Sempre, ela conta que teve passagens pela Fundação Cidade Mãe (FCM), Secretaria Municipal de Educação (Smed) e na antiga Secretaria Municipal de Trabalho, Esportes e Lazer (Semtel). Foi durante a implementação do CEU de Valéria, em 2017, que surgiu o contato com a FGM, através de Chico Assis, gerente de Equipamentos Culturais da Fundação.“Eu estava com a comunidade em articulação com os poderes públicos, para formatar uma proposta de gestão compartilhada do espaço. Aí Chico Assis conheceu meu trabalho e me convidou para participar da equipe”, contou.
Hoje atuando como assessora técnica, Sara comenta os desafios da atual função. “Em relação aos desafios, sem dúvida, garantir a relação direta entre planejamento, execução e avaliação é algo que enfrento cotidianamente”. Ela conta que, hoje, sente-se mais preparada para o exercício das atividades. “É a minha vida. Eu não consigo me ver de outra forma. É amor, paixão, dedicação. É me sentir útil, importante para o cidadão acessar os seus direitos”.
Lei de Acesso à Informação
Há 16 anos na Prefeitura, a servidora Jurema Gottschalck também começou através da Sempre, na assistência social. Ela passou pelo antigo albergue, localizado no Largo de Roma, além de atuar com Conselheiros Tutelares. Logo depois, foi convidada pela Secretaria Municipal de Gestão (Semge) para trabalhar com o acolhimento e orientação de servidores. Nesse setor, ela desenvolvia projetos e ações no atendimento do servidor, com palestras, workshops, e orientando sobre o serviço público.
Paralelo a isso, Jurema desenvolvia atividades de ouvidoria até receber o convite para a Controladoria Geral do Município (CGM), há dois anos. Acostumada a prestar um bom atendimento, depois de um tempo ela foi convidada pelo coordenador de Transparência para assumir a chefia do setor de Transparência, onde gerencia as Leis de Acesso à Informação (LAI).
“Como sempre, procuro agregar a essa atividade a presteza, agilidade e a transparência que devemos ter no serviço público. Faço com muita dedicação minhas atividades, gosto do que faço e faço com alegria, oferecendo o melhor para a população e colocando o nosso coração nas nossas ações”.