O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Corregedoria da Polícia Militar prenderam nesta terça-feira (14), na Operação Patrinus, 13 PMs acusados de organização criminosa, corrupção passiva e peculato. A denúncia aceita pela Justiça revela que o grupo vendia armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Os agentes saíram para cumprir, no total, 14 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Até a última atualização desta reportagem, 1 PM ainda era procurado.
Os promotores descobriram que os PMs também cobravam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e de mototaxistas e exigiam taxas semanais de comerciantes em troca de “proteção”. Esses lojistas eram chamados de padrinhos pelo grupo — daí o nome da operação, no latim patrinus.
O MP-RJ afirma ainda que os policiais recuperavam carros roubados e retiravam algumas peças antes de registrar as ocorrências nas delegacias. Pneus, rodas e baterias eram vendidos pelos 14 denunciados, segundo a investigação da 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Criminal, que teve auxílio da 1ª Promotoria de Justiça junto às Varas Criminais de Belford Roxo.
Alvo já era réu
O principal alvo da Operação Patrinus, também preso nesta terça, é o cabo Júlio Cesar Ferreira do Santos, réu pelo assassinato de 2 jovens em dezembro de 2020.
A abordagem foi flagrada por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que as vítimas caem de moto após um disparo de fuzil. Os corpos de Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos, foram encontrados numa região controlada pela milícia, em Belford Roxo.
O cabo Júlio Cesar e o soldado Jorge Luiz Custódio da Costa chegaram a ser presos na época do crime, mas respondem pelos homicídios em liberdade. A investigação mostrou que os 2 PMs tinham ligações com milicianos. O processo está em fase de alegações finais.