Deputados que assinaram o pedido de abertura da CPI da 123Milhas e estiveram com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), saíram com a impressão segundo Augusto Tenório, do Estadão, de que a comissão será instalada. Diante disso, passaram a discutir o comando do colegiado.
O autor do requerimento, Duarte Jr. (PSB-MA), pretende pedir a presidência ou a relatoria da CPI. Mas precisará se alinhar com o deputado Celso Russomano (Republicanos-SP), que, à Coluna, manifestou o interesse em relatar a investigação.
O entendimento de Lira, segundo interlocutores, é que a CPI da 123Milhas é viável e não deve atrapalhar o andamento das pautas da Câmara, pois não gera atrito entre a base do governo Lula e a oposição. O requerimento contou com assinaturas do PT ao PL. Mas ainda não há confirmação oficial da instalação.
O caso da agência de vendas de passagens aéreas, inicialmente, seria incorporado pela CPI das Pirâmides Financeiras, mas após os sócios da empresa faltarem aos depoimentos marcados nesta semana, a pressão por uma comissão exclusiva aumentou. Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira faltara por dois dias seguidos, e na quarta-feira avisaram ao presidente da comissão, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que não compareceriam porque tinham numa agenda com o ministro do Turismo, Celso Sabino.
A 123Milhas é investigada após suspender a emissão de diversas passagens já compradas pelos consumidores. Além da empresa, o requerimento prevê investigação sobre casos semelhantes, como a Hurb, que também é acusada de dar calote em clientes.
Na última sexta-feira, 1, a Justiça autorizou a condução coercitiva dos sócios da companhia aérea para a CPI das Pirâmides. Eles devem depor na próxima quarta-feira, 6.
Calendário
A expectativa é que a comissão comece a funcionar logo após o fim das demais comissões em andamento na Câmara: a do MST, a das Pirâmides e a da Manipulação de Resultados. O regimento interno da Casa prevê que apenas cinco comissões de inquérito podem funcionar ao mesmo tempo.
Há um entendimento compartilhado entre as lideranças da Câmara de que a CPI do MST e a CPMI do 8 de janeiro atrapalham o andamento das pautas, pois geram atritos que dificultam as negociações entre os partidos. Por isso, nenhuma das CPIs em vigor deve ser prorrogada.