O balanço final da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) indica que, de quinta (8) até esta quarta-feira (14), foram registradas 127 ocorrências médicas, de média e alta complexidade, mas sem gravidades maiores no Carnaval de Salvador. O Circuito Dodô, na Barra, respondeu por 80 destes registros, com outros 32 no Osmar, no Campo Grande, e 15 em outros circuitos pela capital baiana. A grande maioria das ocorrências registradas foi por agressão física (66) e o Hospital Geral do Estado (HGE) recebeu a maior parte dos pacientes (91).
“Considerando um universo de 11 milhões de pessoas passando pelos circuitos oficiais, o resultado é bastante positivo. E isso se deve ao trabalho integrado entre as secretarias de Saúde e Segurança Pública, município e Samu. Vale ressaltar que sempre trabalhamos para que não tenha nenhum caso, pois a gente quer que todo mundo vá e volte com tranquilidade”, afirmou a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana.
Com um aporte de mais de R$ 3,7 milhões no Carnaval, a Sesab estabeleceu 2.129 plantões médicos, de equipes de apoio institucional e de fiscalização, reforçando a assistência aos cidadãos. Foram colocados em operações o Centro de Atendimento a Múltiplas Vítimas, no HGE, e o Serviço de Atendimento às Mulheres Expostas à Violência Sexual (AME), no Hospital da Mulher.
Além disso, desde o início das festividades, os foliões tiveram à disposição postos de testagem rápida para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Até esta quarta-feira (14), os espaços instalados nos bairros de Ondina e Barra, na capital, e na cidade de Porto Seguro, realizaram 11.380 exames. No total, nos três postos, 27 testes deram positivo para HIV, 196 para sífilis, três para hepatite B e sete para hepatite C.
“Isso mostra a necessidade de uma atuação efetiva, o fortalecimento da testagem rápida nos postos de saúde e nas UBS, para que a gente intensifique o trabalho de prevenção”, complementou Roberta Santana.
Quem testou positivo passou por uma orientação e já saiu do estande com consulta marcada. Já os pacientes que tiveram resultado positivo para sífilis, tinham a possibilidade, caso desejado, de já iniciar o tratamento no próprio estande, com a aplicação da penicilina benzatina (Benzetacil). Nos seis dias de Carnaval, 60 pessoas optaram por receber o medicamento.
Para a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, o balanço da ação é satisfatório. “Tivemos menos resultados positivos de HIV, sífilis e hepatite B, com hepatite C tendo os mesmos sete positivos que no ano passado”, revelou. Em 2023, foram 12.064 testes, com 29 positivos pra HIV, 212 para sífilis e cinco para hepatite B.
Além de realizarem os testes de IST, as equipes da Sesab, em parceria com a Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), distribuíram 844.831 preservativos no período, em ações nos circuitos, pontos turísticos e nos estandes.
Violência contra a mulher
O Serviço de Atendimento às Mulheres Expostas à Violência Sexual, localizado no Hospital da Mulher, em Salvador, que acolhe mulheres, adolescentes e trans a partir de 12 anos expostas a situações de abusos e violência sexual registrou uma ocorrência proveniente dos circuitos nos quatro dias de festa, mesmo número de 2023.
Hemoba
Nas unidades fixas e móveis do Hemoba em toda Bahia, 1.374 pessoas compareceram para doação de sangue durante o Carnaval. Ao todo, 1.053 bolsas coletadas, número 26,56% maior que no ano passado. Houve ainda 23 cadastros para doação de Medula Óssea.
Inspeções
A corregedoria da Saúde inspecionou 11.025 profissionais a fim de aferir as escalas de plantão em unidades de saúde. São elas: Hospital Geral do Estado, Hospital Geral Ernesto Simões Filho, Hospital do Subúrbio, Hospital Geral Roberto Santos, Hospital Geral Menandro de Faria, Instituto Couto Maia, Central de Regulação, as Unidades de Emergência de São Caetano, Pirajá e Curuzu, o Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) e as maternidades Tsylla Balbino e Albert Sabin.