segunda-feira 9 de setembro de 2024
Prefeito promove roda de samba em residência oficial em homenagem a Lula — Foto: Reprodução
Home / ELEIÇÕES 2024 / Por palanque forte para Lula em 2026, PT abre mão da vice e dá ‘cheque em branco’ a Eduardo Paes
terça-feira 30 de julho de 2024 às 07:38h

Por palanque forte para Lula em 2026, PT abre mão da vice e dá ‘cheque em branco’ a Eduardo Paes

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


Depois de meses pressionando para tentar a vice do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o PT deu uma espécie de cheque em branco para o candidato à reeleição. Antes mesmo de Paes escolher o companheiro de chapa— que deve ser Pedro Paulo ou Eduardo Cavaliere, ambos do PSD —, o partido oficializou em convenção o apoio a ele. A postura segue uma lógica tradicional da sigla no Rio: a de priorizar o jogo nacional. A aposta agora está na força do prefeito como cabo eleitoral do presidente Lula da Silva (PT) em 2026.

A decisão de bater o martelo sobre o apoio antes da escolha do vice não se deu segundo o jornal O Globo, de forma avulsa, já que os outros partidos da aliança seguiram o mesmo caminho. No caso petista, contudo, ganha especial holofote pelo fato de a legenda ter tentado o posto na chapa muito mais do que os outros. Os principais cotados foram André Ceciliano e Adilson Pires.

— O Eduardo é o prefeito do Sul e do Sudeste mais importante para a reeleição de Lula em 2026, e publicamente já declarou esse apoio. Garantir essa reeleição do prefeito no primeiro turno é fundamental para o PT — afirma o presidente estadual do partido, João Maurício de Freitas.

O PT entende, assim como fez no passado, que é fundamental ter cabos eleitorais no Rio que não fiquem limitados à esquerda. O próprio Paes foi um importante aliado do partido na cidade na outra passagem pela prefeitura. No segundo mandato (2013-2016), chegou a ter o petista Adilson Pires de vice, mas o cargo naquela ocasião tinha um peso diferente. Agora, o prefeito deve deixar o eventual novo mandato no meio para concorrer ao governo do estado em 2026, o que faria o vice assumir a prefeitura.

Cobrança

Presidente municipal do PT, Tiago Santana segue a mesma lógica do dirigente estadual. Mas, apesar de endossar a reeleição de Paes, cobra que o prefeito “divida o mérito” com o presidente durante a campanha e o inclua na propaganda eleitoral.

— A justificativa é toda essa: o compromisso do Eduardo com o Lula, que ele ratificou que vai fazer. Mesmo naquela convenção tão ampla (do PSD), que ia do PT ao Otoni de Paula, ele já pontuou isso. Disse que o Lula é importante, parceiro, e é isso que queremos. Vamos querer também que ele inclua o Lula na propaganda eleitoral, porque o Lula é um ativo — aponta. — Muitas das coisas que a prefeitura tem feito são com recurso federal, então nada mais justo que dividir esse mérito.

Apesar do cálculo a médio prazo, um problema que o partido tende a enfrentar são as dissidências pró-Tarcísio Motta (PSOL) em detrimento da posição oficial de apoio a Paes. O principal quadro a puxar esse movimento é o deputado federal Lindbergh Farias.

A depender do escolhido para a vice, o grau de engajamento de quadros da legenda e da militância pode ser maior ou menor. O nome do deputado federal Pedro Paulo é visto como o de maior dificuldade. O parlamentar votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Apesar dele ter pedido desculpas a Lula recentemente, os filiados ao PT não esquecem.

O episódio em que foi acusado de agredir a ex-mulher — caso arquivado pelo Supremo Tribunal Federal com parecer da Procuradoria-Geral da República — também é citado negativamente.

Histórico

A tática petista de tentar ampliar o palanque de Lula no Rio se baseia nos maus resultados em eleições presidenciais no estado em 2018 e 2022. Há dois anos, o partido conquistou a Presidência pela primeira vez sendo derrotado no território fluminense. Nas outras quatro vitórias, venceu no terceiro maior colégio do país.

Em 2018, quando Fernando Haddad perdeu para Jair Bolsonaro, o PT tinha no Rio a candidatura de Márcia Tiburi ao governo. Dois anos depois, Marcelo Freixo (PT, à época no PSB) foi o candidato de Lula e não chegou ao segundo turno, ocasião em que o presidenciável sofreu para ampliar o leque de apoios no estado.

Veja também

Eleições testam o apelo de políticos poderosos em suas bases eleitorais

É consenso em Brasília que o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-­AP) conquistou nos últimos anos …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!