quinta-feira 22 de maio de 2025
Foto: Reprodução/Diamantina FM
Home / DESTAQUE / Wagner diz que Bolsonaro é a mais fraca opção da oposição para enfrentar Lula
quinta-feira 17 de abril de 2025 às 08:26h

Wagner diz que Bolsonaro é a mais fraca opção da oposição para enfrentar Lula

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), concedeu entrevista na última terça-feira (15) ao jornal Valor, confira alguns trechos.

Valor: Mas na Bahia o PT pode lançar candidatos para as duas vagas, o senhor e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em vez de apoiar a reeleição do senador Angelo Coronel (PSD)?

Wagner: Não está decidido que serão os dois do PT. Eu lancei uma possibilidade e lancei com a maior tranquilidade, porque é uma possibilidade real. Nós vamos ter que enfrentar esse problema. Eu sou senador e o Angelo Coronel é senador. Ninguém contesta o direito dele [Rui], em 2026 ser um dos candidatos ao Senado. Eu e o Angelo vamos ter que ser deslocados, a menos que tenha outra tarefa para Rui que eu desconheço.

Valor: O senhor ou o Rui podem sair candidatos ao governo, sacrificando a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues?

Wagner: Não, eu vou ser candidato para a reeleição e o Rui também quer disputar o Senado. Nós vamos ter esse bom problema.

Valor: Como a possível federação formada por União Brasil e PP pode impactar o projeto Lula 2026?

Wagner: Primeiro precisa ver se vai sair. Hoje [segunda-feira], por exemplo, eu li que as brigas locais estariam dificultando. Por exemplo, o PP da Bahia, os deputados estaduais, todos, estão alinhados com o governo e eu diria que alguns federais também. Não sei que destino eles vão tomar se houver essa federação. Provavelmente quem vai comandar essa federação lá seria [ACM] Neto e nem todo mundo quer ficar debaixo dessa saia. Deve ter esse tipo de problema espalhado pelo Brasil inteiro.

Valor: A perspectiva de uma candidatura presidencial forte da direita não impacta essa negociação?

Wagner: Eu não sei o que a federação vai fazer em nível nacional. Vai ser outra disputa pesada. Vamos supor que o candidato seja Bolsonaro. Todo mundo vai topar ir com ele?

Valor: Bolsonaro é o quadro mais fraco da oposição?

Wagner: Eu acho.

Valor: Por quê?

Wagner: Por ser quem ele é. Ele é um cara que é da ponta [do extremo]. Como toda ponta, a estigmatização é muito maior. Na minha opinião, ele é um estereótipo. Nesse aspecto, eu acho que muita gente se afasta dele porque já teve a primeira experiência.

Valor: O senhor acha que Bolsonaro deve ser preso?

Wagner: Não vou dar opinião nisso. Primeiro o que eu quero dizer é o que eu nunca torci. Quando ele foi tornado inelegível, muita gente fazia essa pergunta: o senhor está feliz? Eu não. Eu só espero que o julgamento seja dentro das quatro linhas. Não fico exultante pelo erro de ninguém. É por isso que o meu zap [WhatsApp] tem a frase do Papa Francisco que diz que, quando você deseja a morte de alguém, é porque alguém já morreu dentro de você. Eu não vivo de ódio. Por isso que eu ainda estou inteiro.

Valor: Com essa pulverização da base, o senhor acha que é possível a frente ampla de Lula ser ainda maior em 2026, com MDB, União Brasil e PSD brigando pela vice?

Wagner: A chapa, presidente e vice, está bastante representativa de uma aliança ampla, independente de ele [Geraldo Alckmin] estar no PSB. Eu sou a favor de que em chapa que está ganhando não se mexe. A não ser que Alckmin saia para ser governador de São Paulo.

Valor: O presidente Lula está próximo aos presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele tomou as rédeas da articulação política?

Wagner: Ele já tinha gratidão ao Davi. É bom lembrar que o Davi ajudou na aprovação da PEC da Transição. Eu sozinho não tocaria aqui. O Hugo ele não conhecia. O Lula sabe que a grande ferramenta, a grande arma dele, é o exercício da política.

Valor: No cenário atual, Lula é o favorito para 2026?

Wagner: Eu prefiro não fazer prognóstico da eleição. Eu acho sempre que ele é o candidato mais forte que tem. Ele não é esquerda tradicional. Quando se diz que ele é um cristão justiceiro, esse é o mote dele. Tem fé, tem uma referência da mãe fortíssima e empolga pela justiça social, até porque ele foi sofredor da injustiça social na pobreza. Ele não faz coisa ideológica. Pelo peso político que ele tem no PT, muitas vezes alguns reclamam. Ele tem um instinto de sobrevivência fortíssimo.

Veja também

Ministro Toffoli defende plenário virtual do STF e afirma que qualidade de decisões é igual à do presencial

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma defesa da qualidade do …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!