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domingo 25 de julho de 2021 às 11:48h

Vacinas em doses menores poderiam agilizar aplicações pelo mundo

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Passaram-se mais de seis meses desde o início dos programas de vacinação pelo mundo, e nem 25% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina. Então, o que pode ser feito? Muito tem se falado sobre equidade na vacinação mundial, mas o principal problema não é o acúmulo excessivo de vacinas por alguns ou a cobrança de preços abusivos. É que os fabricantes não conseguem produzir doses suficientes.

Segundo o Financial Times, a produção mundial tem impressionado e está em aceleração: segundo a Airfinity, empresa de análises especializada em ciências da vida, a marca de 1 bilhão de doses produzidas foi atingida em 12 de abril. Em 26 de maio, chegou-se ao segundo bilhão e, em 22 de junho, ao terceiro. São marcas boas. Precisamos, contudo, de 11 bilhões de doses para vacinar, com a imunização completa, 70% do mundo, o que pode não ocorrer até 2022.

Recentemente, ganhou certa força uma ideia que soa quase infantil na simplicidade: se reduzirmos o tamanho da dose, podemos vacinar mais pessoas com cada frasco de vacina.

A ideia parece absurda – se você quiser ficar bêbado pagando menos, não será diluindo a cerveja que vai conseguir -, mas tudo depende da eficácia que as doses menores teriam. Alex Tabarrok, professor da Universidade George Mason, dos EUA, vem propondo há meses a ideia de esquemas alternativos de doses. Recentemente, ele e outros pesquisadores, entre os quais o Nobel de Economia Michael Kremer, especialista no mercado de vacinas, divulgaram um ensaio científico sobre o tema. Paralelamente, foi publicada uma carta na revista científica “Nature Medicine” defendendo a realização de ensaios clínicos sobre o fracionamento das doses normais, assinada pelos epidemiologistas Benjamin Cowling e Wey Wen e pela especialista em evolução dos vírus Sarah Cobey.

Será que existem evidências de que vacinas em doses menores também funcionariam contra a covid-19? Não muitas, mas há dados de sobra sobre os níveis de anticorpos que as pessoas produzem em reação a pequenas doses e, de acordo com um artigo científico recente na “Nature Medicine”, de David Khoury e outros colegas, esses anticorpos estão altamente correlacionados com a proteção do mundo real contra a covid-19. Kremer e seus colegas observam que, se os níveis de anticorpos realmente são um bom indicador da proteção, então as vacinas do tipo RNA mensageiro (BioNTech/Pfizer e Moderna) podem gerar tanta proteção quanto a eficaz vacina da AstraZeneca mesmo em doses de 66,6%, 50% ou até 25%.

Essas vacinas foram desenvolvidas a toda velocidade, com foco na eficácia, de forma que as margens de erro foram inclinadas mais para o lado do excesso do que da falta. É plausível que venhamos a considerar as atuais doses como desnecessariamente altas.

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