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sexta-feira 23 de setembro de 2022 às 10:45h

União Europeia já gastou R$ 2 trilhões para conter crise energética

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Em um ano, desde setembro do ano passado, os países membros da União Europeia gastaram € 450 bilhões — o equivalente a R$ 2,2 trilhões — em medidas para enfrentar a crise energética. O montante corresponde ao Produto Interno Bruto (PIB) da Áustria. O levantamento dos gastos foi feito pelo Instituto Bruegel, uma think tank de Bruxelas especializada em dados econômicos, e divulgado na quarta-feira 21.

Do total, € 314 bilhões foram pagos para combater o aumento do preço da eletricidade, conceder subsídios ou reduzir impostos que poderiam pesar sobre a energia.

Os maiores gastos foram da Alemanha, com € 100,2 bilhões; em seguida, vem a Itália, desembolsando € 59,2 bilhões. A França é a terceira, com € 53,6 bilhões, o que representa 2,2% do PIB do país, segundo o jornal Le Figaro. A França implementou um limite tarifário há vários meses, recentemente renovado para 2023.

Embora a maioria dos países tenha tomado medidas de curto prazo, elas podem se tornar estruturais à medida que a intervenção estatal se incorpora e se torna necessária a médio prazo, de acordo com o estudo do Bruegel.

Um exemplo é a Alemanha, que anunciou na quarta-feira 21 a nacionalização de uma das maiores importadoras de gás da Europa, a Uniper. “Esta situação é claramente inviável do ponto de vista das finanças públicas”, analisa Simone Tagliapietra, pesquisadora do instituto.

Ela acrescentou que governos com mais possibilidade de arranjos fiscais vão administrar melhor a crise de energia, “competindo com seus vizinhos por recursos energéticos limitados durante os meses de inverno”.

Para obter uma reação coordenada de seus Estados membros, a União Europeia apresentou, na semana passada, uma série de propostas para limitar o aumento dos preços da eletricidade.

A Europa começou a sentir a crise econômica ainda no ano passado, em razão das medidas restritivas da pandemia de covid-19. Neste ano, com a invasão da Ucrânia e as sanções ao governo russo, a situação piorou consideravelmente, com a queda no fornecimento de gás natural pela Rússia.

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