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Pré-candidatura de Bivar reduz ainda mais chances de Moro Foto: Reprodução/Twitter
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segunda-feira 18 de abril de 2022 às 08:10h

União Brasil aposta no pré-candidato que possui mais poder nas negociações com outros partidos

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Entre o cartola e o juiz, o União Brasil resolveu segundo o portal O Bastidor, apostar em quem tem mais poder nas negociações com outros partidos. Luciano Bivar, ex-presidente do Sport, foi escolhido pela legenda como pré-candidato à Presidência da República, empurrando a eventual candidatura de Sergio Moro, o homem da Lava-Jato, cada vez mais para o plano das especulações improváveis.

Além de ter sido presidente do clube mais vitorioso de Pernambuco, Bivar foi dono do finado PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro em 2018. Na legenda, mandava e desmandava. Em 2006, foi candidato à Presidência pelo partido. Quase concorreu de novo em 2010, mas teve o registro indeferido.

Apesar de comandar o PSL desde a fundação, Bivar só foi eleito duas vezes, ambas como deputado federal, em 1998 e 2018. Sempre defendeu a adoção de um imposto único no Brasil, pauta que voltou recentemente às discussões no Congresso.

Em 2013, admitiu ter pago propina a cartolas da CBF pela convocação do volante Leomar, no período em que Emerson Leão era o técnico da Seleção. A ideia era valorizar o passe do jogador, para garantir uma venda mais lucrativa do passe dele. O caso chegou a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A denúncia lhe rendeu 180 dias de suspensão da presidência do clube.

De acordo com o Bastidor, Bivar também foi alvo de investigações envolvendo irregularidades na política. Em 2019, foi indiciado pela Polícia Federal por associação criminosa. Segundo a investigação, ele montou um esquema de candidaturas de laranjas para desviar recursos do Fundo Eleitoral, destinados à cota de candidatas mulheres. O caso segue sob segredo de justiça e ainda não foi julgado.

União Brasil

O caso das candidatas laranjas promoveu grande desgaste no governo de Jair Bolsonaro, levando ao rompimento do presidente da República com o presidente da sigla. O chefe do Executivo deixou o PSL e levou quase dois anos para se juntar ao PL e se preparar para a corrida à reeleição.

Bivar tomou outro rumo. Em vez de lamentar a perda de poder político da legenda, juntou-se ao Democratas e fundou o União Brasil. No novo partido, ele ainda é presidente da legenda, mas agora divide a força com outros líderes regionais, especialmente o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.

Bivar tem grande poder de articulação política, ainda que o PSL, na maior parte da história, tenha sido um partido de pouca expressão. Nos quase 30 anos de existência, a sigla esteve ao lado de vários prefeitos e governadores, até a eleição de Bolsonaro, que alçou a legenda ao posto de uma das maiores do país. Com a junção ao Democratas, passou a ter uma das maiores bancadas no Congresso.

Onde Moro não pode nada

Nas últimas semanas, Bivar conseguiu convencer Sergio Moro a trocar o Podemos pelo União Brasil. O ex-juiz era pré-candidato ao Planalto e aparecia em terceiro lugar nas pesquisas há vários meses, tentando conquistar eleitores descontentes de Jair Bolsonaro. As chances eram pequenas, mas não desprezíveis.

Moro logo causou alvoroço ao não ser enfático para desistir de concorrer à Presidência quando se filiou ao novo partido. O grupo liderado por ACM Neto era contra a candidatura do ex-juiz ao Planalto. Poderiam lhe dar, no máximo, uma chance na Câmara.

Com o lançamento de Bivar, a possibilidade de Moro tentar convencer os correligionários a apostarem nele ficou minúscula, diz a publicação. O União Brasil ainda conversa com o MDB e o PSDB, que também têm pré-candidatos em campanha pelo país. O grupo tentará chegar a um consenso nas próximas semanas sobre uma candidatura em conjunto.

Ninguém acredita que Bivar concorrerá de fato ao Planalto – talvez apenas Bivar, quem sabe. As principais lideranças do União Brasil pretendem apenas usar a pré-candidatura como barganha na negociação com os outros partidos.

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