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segunda-feira 10 de janeiro de 2022 às 11:01h

Trabalho no Brasil de alto risco, paga-se R$ 30 mil por dia

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O trabalho é clandestino e de alto risco, mas muito bem remunerado. Pilotos de pequenos aviões estão recebendo mais de R$ 30 mil por dia, segundo a polícia Federal, na “ponte aérea” de garimpos de ouro em terras indígenas na Amazônia.

Na ida levam comida, combustível, equipamentos e um insumo essencial — mercúrio. Retornam com carga de ouro, com escolta armada fornecida pelos “banqueiros” da empreitada, em geral operando numa espécie de consórcio para lavagem de dinheiro de gangues de narcotráfico (PCC, Comando Vermelho, Família do Norte e versões venezuelanas das FARC, ELN e outros antigos grupos guerrilheiros colombianos).

Segundo a revista Veja, o fluxo de aviões nos garimpos chega a dezena e meia de vôos semanais, de acordo com dados policiais.

Em setembro, numa única ação repressiva, foram localizadas — e destruídas— 70 pistas clandestinas nas margens do rio Uraricoera, dentro da reserva Yanomami em Roraima.

Menos de um mês depois, no dia 25 de outubro, o satélite CBERS-4A captou imagens de duas centenas de balsas de garimpo num trecho do rio Madeira.

A “ponte aérea” é vital aos garimpeiros, em terra ou nas balsas. É mercado em expansão. Dela depende o suprimento de mercúrio, usado para iniciar a aglutinação química (amálgama) do “pó de ouro”, característica do ouro da Amazônia — funciona como um tipo de ímã para juntar pedaços pequenos do metal, deixando-os mais visíveis para separação.

A revista registra que o efeito da poluição é devastador para a fauna. A consequência é a contaminação humana, pelo consumo de peixes, que começou a ser detectada em estudos realizados em aldeias indígenas.

Mês passado, o Instituto Mapbiomas concluiu uma análise do avanço do garimpo na Amazônia. Com base no acervo de imagens de satélites, calculou que metade dos garimpeiros atuam em terras indígenas e em áreas públicas definidas como unidades de conservação ambiental.

A área de garimpo amazônico cresceu dez vezes nas últimas três décadas, informa o instituto. Entre 2007 e 2020, a prospecção na bacia do rio Madeira passou de 3,7 mil hectares para 9,6 mil hectares — ampliação equivalente a 8,2 mil campos de futebol.

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