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domingo 15 de agosto de 2021 às 11:54h

Talibã entra na capital do Afeganistão; EUA retiram diplomatas e presidente afegão deixa o país

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Em comunicado divulgado neste domingo (15), o Talibã pediu calma em Cabul, capital do Afeganistão, e ofereceu garantias aos moradores da cidade. Segundo a nota, os combatentes que já estão na cidade desejam “assumir o controle pacificamente”.

O comunicado, divulgado pelo porta-voz Zabihullah Mujahid, disse que o grupo está “garantindo a todos os bancos, empresas e casas de câmbio que estarão seguros e protegidos sob o Talibã e que ninguém tocará ou incomodará ninguém em Cabul”.

“Todas as pessoas ricas, os empresários, devem estar seguros e protegidos. Nenhum dos combatentes do Talibã tem permissão de ir a qualquer casa ou fazer buscas em empresas. O Emirado Islâmico lhes dá proteção total e eles devem seguir seguros e sem preocupações”, disse Mujahid.

As tensões estão aumentando na capital depois que cidades importantes, incluindo Jalalabad e Mazar-i-Sharif, passaram a ser controladas pelo grupo militante durante a noite de sábado (14) e a madrugada deste domingo, conforme a CNN e Reuters.

Vídeos de Cabul nas últimas 24 horas mostram afegãos esperando em filas nos caixas eletrônicos enquanto as pessoas tentavam sacar dinheiro. Fotos também mostram longas filas no escritório de passaportes, onde outras pessoas tentam colocar seus documentos em ordem.

Afegão vende bandeiras do Talibã na cidade de Herat, no oeste de Cabul
Afegão vende bandeiras do Talibã na cidade de Herat, no oeste de Cabul Foto: Hamed Sarfarazi

Mujahid também disse que aqueles que lutaram contra o Talibã não têm nada a temer. “As pessoas que estão tentando lutar contra nós, sugerimos que não o façam. E elas serão totalmente protegidas. Elas podem sair como pessoas comuns”, declarou.

Ele continuou: “Nunca perguntaremos sobre seu passado ou quem foram e gostaríamos de tomar a cidade em paz. Eles não deveriam se preocupar conosco. Somos pessoas normais. As pessoas que trabalham para o governo de Cabul, nas forças armadas ou outros cargos, todos serão perdoados e são todos nossos irmãos”.

Governo afegão negocia transição de poder

O ministro interino do Interior do Afeganistão, Abdul Sattar Mirzakwal, disse neste domingo (15) que Cabul não será atacada e que haverá uma transferência de poder pacifica para uma administração de transição, embora não tenha explicado como seria esse governo de transição.

Em declaração em vídeo transmitida pela agência de notícias afegã TOLO, ele garantiu aos residentes de Cabul que as forças de segurança protegeriam a cidade. Simultaneamente, o Talibã emitiu um comunicado dizendo que estava em negociações com “o lado oposto” para uma rendição pacífica da capital.

O porta-voz do grupo disse que todos os combatentes foram instruídos a ficar de prontidão em todas as entradas de Cabul até que uma transferência de poder pacífica e satisfatória seja acordada.

Eles também foram instruídos sobre a vida, dignidade e pertences dos residentes de Cabul, e sobre não criar nenhum perigo ou desconforto. A segurança da capital era responsabilidade do governo e eles deveriam garanti-la, acrescentou Zabihullah.

EUA retiram diplomatas da capital

Autoridades americanas informaram neste domingo (15) que diplomatas foram transportados de helicóptero da embaixada do país no distrito fortificado de Wazir Akbar Khan para um aeroporto, de onde deixarão o país.

Durante a saída do país, os principais membros da diplomacia norte-americana no país trabalhava do aeroporto de Cabul, disse um funcionário.

Já um representante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que vários funcionários da União Europeia (UE) foram levados para um local mais seguro – não revelado – na capital afegã.

Depois que as forças lideradas pelos EUA retiraram a maior parte de suas tropas restantes no país no mês passado, a campanha do Talibã se acelerou à medida que as defesas militares afegãs entraram em colapso.

O presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou, no sábado (14), o envio de 5.000 soldados norte-americanos para ajudar na retirada de cidadãos do país e garantir uma saída “ordeira e segura” das equipes militares.

Um funcionário da defesa dos EUA disse que isso incluía os 1.000 soldados recém-aprovados da 82ª Divisão Aerotransportada.

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