sábado 5 de outubro de 2024
Fernando Lyra Collor, filho de Pedro Collor, e o tio Fernando Collor em santinho do candidato a vereador por Maceió — Foto: Reprodução/Instagram
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segunda-feira 26 de agosto de 2024 às 20:32h

Sobrinho de Collor usa o nome do tio em candidatura para vereador em Maceió; veja vídeo

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O nome dele é Fernando Affonso Lyra Collor de Mello, mas nas urnas ele adota a alcunha do tio, Fernando Collor, ex-presidente e senador, para disputar sua primeira eleição na capital Maceió, como vereador. Ele é filho de Thereza e Pedro Collor de Mello, morto em 1994 em decorrência de um tumor no cérebro e responsável por deflagrar o escândalo que culminou no impeachment do próprio irmão.

Nas redes sociais, o candidato a vereador pelo PSB exalta a figura política do tio em diversas publicações. A comunicação visual da campanha também faz referência ao verde e amarelo, marca registrada da candidatura do ex-presidente, mas com outras cores incorporadas. Tio e sobrinho ainda aparecem lado a lado nos santinhos.

“Hoje celebramos o aniversário do meu tio, Fernando Collor! Um ícone de coragem e dedicação, que deixou uma marca incrível em Maceió e Alagoas. Eu também carrego seu nome com orgulho. Feliz aniversário, tio! Que sua inspiração continue a iluminar nossos caminhos.

Não será a primeira eleição de Fernando Collor. Há 12 anos, ele veio a vice-prefeito de Atalaia (AL) pelo PSD ao lado do candidato a prefeito Zé do Pedrinho. À época, no entanto, ele usou o sobrenome da família da mãe e se apresentou como Fernando Lyra. Não contou com o apoio do tio, que fez campanha para Professor Mano, do PTB, partido do ex-presidente na ocasião.

Fernando também relembra a figura do avô, João Lyra, pai de Thereza Collor de Mello. Morto em 2021 em virtude da Covid-19, Lyra foi um renomado empresário em Maceió, e influente político da região, atuando como senador e deputado federal.

Assista:

O pai Pedro Collor de Mello, que morreu quando Fernando tinha 10 anos, se faz presente em publicações em datas comemorativas, como o Dia dos Pais. Este ano, ele relembrou as principais referências masculinas da sua vida, como o avô João Lyra e o padrasto Gustavo.

Discórdia em família

A briga dos irmãos Collor de Mello, no início dos anos 1990, abalou a República. Irmão caçula do então presidente Fernando Collor de Mello, Pedro Collor de Mello denunciou em maio de 1992 , à revista “Veja”, um esquema de corrupção envolvendo o tesoureiro da campanha do irmão, Paulo César Farias, conhecido como PC Farias.

Uma das motivações da denúncia de Pedro era a disputa familiar pelo controle do grupo Arnon de Melo, fundado pelo patriarca nos anos 1950. Entre as empresas do conglomerado de mídia estava o influente jornal Gazeta de Alagoas.

Dias depois da entrevista, Pedro foi destituído da chefia do grupo Arnon de Melo pela matriarca da família, Leda Collor de Mello, que alegou insanidade do filho. A Polícia Federal instaurou um inquérito sobre as atividades de PC Farias. Fernando Collor divulgou uma carta à nação, negando as acusações.

A entrevista foi o estopim para a abertura de um processo de impeachment contra o presidente. Em agosto, Fernando Collor, num discurso improvisado, pediu que “todo o Brasil” fosse às ruas vestido com as cores da bandeira para mostrar que os defensores do pedido de impedimento seriam minoria. Milhares de estudantes, entretanto, saíram vestidos de preto em passeata em dez capitais brasileiras, exigindo o afastamento de Collor da presidência.

Collor renunciou à presidência em 29 de dezembro, antes do julgamento do Senado, para fugir da cassação dos seus direitos políticos. Mesmo assim, o Senado prosseguiu o julgamento e o condenou à inelegibilidade e à inabilitação para qualquer cargo público por oito anos.

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