terça-feira 15 de julho de 2025
Presidente Donald Trump na Sala de Conflito na Casa Branca   - Foto:  Reuters
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domingo 22 de junho de 2025 às 17:15h

Saiba como Trump tomou a decisão de atacar as instalações do Irã

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Em um movimento militar sem precedentes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou e executou no sábado (21) a “Operação Martelo da Meia-Noite”, que resultou em bombardeios contra três instalações nucleares estratégicas do Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. A ação, que envolveu mais de 125 aeronaves, incluindo sete bombardeiros B2 stealth, marca um novo e perigoso capítulo na crescente tensão entre Washington, Teerã e Tel Aviv.

Enquanto os caças se preparavam para decolar, Trump aparentava tranquilidade, passeando por seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, e participando de um evento social com o CEO da OpenAI, Sam Altman. O clima descontraído do presidente contrastava com a gravidade da decisão tomada nos bastidores da Casa Branca.

Vice-presidente, JD Vance, e o presidente, Trump, na Sala de Crise – Foto: Reuters

Na noite seguinte, já na Sala de Crise no subsolo da residência presidencial, Trump assistiu aos ataques em tempo real, cercado por sua equipe de segurança nacional. Em pronunciamento logo após a ação, afirmou:
“Esta noite, posso relatar ao mundo que os ataques foram um sucesso militar espetacular. O Irã, o tirano do Oriente Médio, precisa agora promover a paz. Se não o fizer, os ataques futuros serão muito maiores e muito mais fáceis.”

Um ataque planejado com semanas de antecedência

Embora Trump tenha dito publicamente que daria ao Irã um prazo de duas semanas para retomar negociações diplomáticas, fontes revelaram que a decisão pelo ataque já havia sido tomada. Segundo a CNN, as opções estavam sobre a mesa desde o início de junho, quando o diretor da CIA, John Ratcliffe, alertou o presidente de que Israel se preparava para lançar uma ofensiva própria.

O planejamento foi mantido em segredo absoluto, com reuniões diárias entre Trump e seus conselheiros de segurança nacional. A operação foi adiada algumas vezes — parte de uma estratégia deliberada para confundir adversários e preservar o elemento surpresa.

Alvos atingidos e resposta iraniana

O principal alvo, o complexo subterrâneo de Fordow, abriga milhares de centrífugas de enriquecimento de urânio. Imagens de satélite divulgadas no domingo (22) mostram grandes crateras na instalação. Segundo Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, os danos às estruturas nucleares foram “extremamente graves”, embora ainda seja cedo para avaliar o impacto total sobre o programa nuclear iraniano.

Teerã, por sua vez, minimizou os danos e acusou os Estados Unidos de agressão ilegítima. O governo iraniano prometeu “resposta proporcional”, mas ainda não confirmou detalhes sobre possíveis contra-ataques.

Coordenação com Israel e parceiros do Golfo

Antes dos ataques, Trump notificou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que permaneceu em contato com Washington durante toda a operação. Em pronunciamento, Netanyahu elogiou a ação militar e destacou a “total coordenação operacional entre as Forças de Defesa de Israel (IDF) e as Forças Armadas dos EUA”.

Imagem de satélite mostra crateras na instalação de enriquecimento de Fordow, no Irã, após ataques dos EUA. – Foto: Reprodução/Reuters

Aliados no Golfo Pérsico também foram informados discretamente, mas sem detalhes sobre alvos ou datas. Os principais líderes democratas do Congresso norte-americano, no entanto, só foram notificados após o término da operação, o que gerou críticas dentro da oposição.

Preocupações com uma guerra prolongada

Apesar do tom confiante adotado em público, Trump demonstrou hesitação nos bastidores. De acordo com o vice-presidente JD Vance, o presidente manteve o poder de cancelar a operação até o último minuto. Suas duas maiores preocupações eram: garantir a destruição dos alvos e evitar que o país fosse arrastado para uma guerra longa e sangrenta, como as do Afeganistão e do Iraque.

Agora, o temor entre diplomatas e analistas internacionais é de que a ofensiva possa desencadear uma reação em cadeia, envolvendo milícias pró-Irã no Líbano, Síria e Iraque, além de prejudicar qualquer tentativa futura de retorno ao acordo nuclear com Teerã.

Com a “Operação Martelo da Meia-Noite”, os Estados Unidos assumem um papel ainda mais ativo no confronto com o Irã — e reacendem um cenário de instabilidade que ameaça todo o Oriente Médio.

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