Em um ato que gerou críticas e levantou questionamentos éticos, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (ex‑governador da Bahia), foi o responsável por anunciar oficialmente, nesta segunda-feira (9), a ampliação do metrô de Salvador — com ordem de serviço para a nova Estação Campo Grande e licitação para o Tramo IV — em substituição ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), quem, por dever, deveria conduzir a divulgação desse tipo de iniciativa em solo baiano.
O que foi anunciado
Na manhã de hoje, Rui Costa comunicou que a obra da Estação Campo Grande — parte da expansão sul do metrô — terá ordem de serviço autorizada ainda nesta segunda, com previsão de início das obras no início de 2026. A expansão envolve um investimento estimado em R$ 1,41 bilhão e representa um passo importante para integrar bairros da periferia ao sistema metroviário.
Tradicionalmente, atos de governo estadual são anunciados pelo governador em exercício. No entanto, Rui Costa assumiu a missão de fazer o pronunciamento público, o que provocou desconforto entre críticos da gestão.
Especialistas em ética administrativa destacam que, embora legalmente permitido, o gesto inverte o protocolo de publicidade das ações oficiais: “Isso pode gerar suspeita de paternalismo político, em que o ex-chefe ‘eclipsa’ o atual, Jerônimo Rodrigues, seja por deficiência de comunicação institucional ou por estratégia de manutenção de influência” — observa o doutor em Ciência Política, Fernando Barros.