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quarta-feira 20 de outubro de 2021 às 12:09h

Quem é o primo de Alcolumbre preso por tráfico internacional de drogas

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A Polícia Federal cumpre 24 mandados de prisão no âmbito da operação Vikare, deflagrada na manhã desta quarta-feira (20), com o intuito de desarticular grupos criminosos que atuam com o tráfico internacional de drogas por meio de um esquema que usa aeronaves e empresas para mascarar o transporte de entorpecentes entre vários estados brasileiros e países da América do Sul.

Entre os presos, está o ex-deputado estadual pelo Amapá Isaac Alcolumbre, primo do senador e ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador não é investigado na operação.

Integrante de uma família criadora de búfalos, Isaac Alcolumbre tem imóveis e postos de combustíveis no Amapá. Ele é filho de Salomão Alcolumbre, irmão da mãe de Davi, Julia Alcolumbre.

Segundo o jornal O Tempo, a família é numerosa: Julia tem nove irmãos, que são tios de Davi Alcolumbre, e mais de 30 sobrinhos, que são primos do senador.

Segundo o superintendente da PF no estado, Anderson de Andrade Bichara, Isaac Alcolumbre foi preso com uma grande quantidade de dinheiro, “que ainda está sendo contada”.

Isaac Alcolumbre, segundo o delegado, é dono de um aeródromo certificado por onde transitavam aeronaves do tráfico internacional de drogas provenientes da Venezuela e da Colômbia.

Aliados de Davi Alcolumbre falam em retaliação
Apesar da quantidade de primos e de não poder ser responsabilizado por atitudes de familiares, a operação tem o potencial de trazer constrangimentos para Davi Alcolumbre em um momento de forte embate com o governo de Jair Bolsonaro.

Ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre vive embate com outros parlamentares e o presidente por não marcar a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Mendonça foi escolhido por Bolsonaro para ser o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre é o presidente da CCJ.

Aliados de Davi Alcolumbre suspeitam que a ação da PF nesta quarta-feira possa ser uma retaliação ao fato de o senador não ter pautado ainda a indicação de André Mendonça para o STF.

Investigação começou com descoberta de destroços de um avião
A investigação que chegou a Isaac começou com a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020, em uma área isolada do município de Calçoene, no extremo norte do Amapá.

A PF monitorava movimentações suspeitas de aeronaves quando encontrou os destroços. A investigação apontou que o veículo foi incendiado de propósito para esconder o crime de tráfico internacional de drogas.

No local onde o avião foi achado, outros indícios do tráfico de drogas foram percebidos, como uma vala destinada ao armazenamento das drogas.

Daí então, foi descoberta uma cadeia de ocorrências que levou à identificação dos envolvidos, entre eles, o fato de que outra aeronave pousou em Calçoene para transportar os tripulantes e carga do avião incendiado.

Esta segunda aeronave teria sido vendida, em novembro do ano passado, para uma pessoa presa no Pará com 450 skank, espécie de maconha com maior concentração de substâncias psicoativas.

O avião partiu do mesmo aeródromo em Macapá alvo das investigações. Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado “serviço” de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.

“O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”, informou a Polícia Federal.

Além das aeronaves, a operação descobriu que empresas de fachada em outros estados integravam o grupo criminosos para ocultar o dinheiro captado ilegalmente.

Entre as empresas identificadas, está uma do ramo de cosméticos com sede em Sorocaba, em São Paulo. Foi identificado que a proprietária, uma colombiana, usava produtos químicos da empresa para auxiliar no refino de drogas.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça Federal determinou a apreensão de 95 veículos entre carros, motos e caminhões, além de três aeronaves, 19 embarcações, indisponibilidade de imóveis de 41 pessoas físicas e jurídicas e o bloqueio de R$ 5,8 milhões em ativos financeiros de investigados.

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