Projeto idealizado por João Leão impulsiona navegação comercial no Rio São Francisco

Nova hidrovia deve transportar 5 milhões de toneladas já no primeiro ano e integrar Sudeste e Nordeste por rota sustentável e econômica

A histórica navegação comercial pelo Rio São Francisco será finalmente retomada, mais de uma década após sua interrupção. A iniciativa, que promete revolucionar a logística nacional de forma sustentável, foi idealizada pelo deputado federal pela Bahia, João Leão (PP), em conjunto com o Exército Brasileiro e o Batalhão de Engenharia Hidroviária. A proposta visa reativar uma rota estratégica de 1.371 quilômetros navegáveis do Velho Chico, desde Pirapora (MG) até Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

“Criamos este projeto do 1º Batalhão Hidroviário do Brasil. O batalhão vai se situar na região do São Francisco com sede no município de Barra, no oeste da Bahia. Na região há um rio maravilhoso que precisa apenas de dragagens leves”, disse o parlamentar.

O projeto da nova hidrovia do São Francisco prevê o escoamento de até cinco milhões de toneladas de cargas já no primeiro ano de operação, alavancando o transporte fluvial como alternativa viável e econômica às rodovias e ferrovias. A gestão da hidrovia, atualmente sob o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), será transferida para a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que iniciará os estudos técnicos em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“A Codevasf não possui função para conservação do rio, mas isso poderá ser realizado pelo 1º Batalhão Hidroviário do Brasil. Luto por este projeto há mais de 20 anos quando já era deputado, desde o primeiro mandato do presidente Lula em 2003, naquela época eu junto com o engenheiro Dr. Neli Regis, batalhamos para criarmos a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e conseguimos”, revelou João Leão.

“Grandes grupos já manifestaram interesse em fazer essa operação hidroviária. Vamos trabalhar muito nos próximos meses para garantir a execução do projeto, que é fundamental para o fortalecimento da logística brasileira e para o desenvolvimento do país, sobretudo da Região Nordeste”, destacou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Três etapas com foco em integração e sustentabilidade

O projeto da hidrovia foi estruturado em três etapas, todas com foco na integração intermodal — conectando transporte aquaviário, ferroviário e rodoviário — e na redução de custos logísticos e impactos ambientais.

• Primeira etapa: com 577 quilômetros, sendo 525 navegáveis, ligará Juazeiro e Petrolina a Sobradinho e Ibotirama, na Bahia. A partir daí, as cargas seguirão por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos os Santos.
• Segunda etapa: incluirá 156 quilômetros de extensão entre Ibotirama, Bom Jesus da Lapa e Cariacá, também na Bahia.
• Terceira etapa: expandirá a hidrovia em 648 quilômetros, ligando Bom Jesus da Lapa e Cariacá até Pirapora, em Minas Gerais, concluindo a ligação logística entre o Sudeste e o Nordeste.

Além disso, haverá conexões estratégicas com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) — a maior do país — e com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), facilitando o acesso aos Portos de Ilhéus, Porto Sul e Aratu-Candeias.

A retomada da hidrovia do São Francisco é vista como um marco para o desenvolvimento regional, especialmente para o interior da Bahia e de Minas Gerais, e reafirma o compromisso com uma logística mais verde, barata e eficiente. A liderança de João Leão na concepção do projeto reforça seu histórico de atuação voltada para a infraestrutura e a integração nacional.