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segunda-feira 9 de maio de 2022 às 11:50h

Primeiro-ministro do Sri Lanka renuncia após confrontos violentos

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O primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, renunciou nesta segunda-feira (9), após confrontos violentos entre seus simpatizantes e manifestantes contra o governo, que causaram três mortos, um deles um deputado, e mais de 150 feridos.

O chefe de Governo, de 76 anos, enviou sua carta de renúncia ao seu irmão caçula, o presidente Gotabaya Rajapaksa, abrindo caminho para um “novo governo de unidade”, informou seu porta-voz Rohan Weliwita.

Milhares de simpatizantes do governo, armados com paus e pedras, atacaram nesta segunda os manifestantes que acampam desde 9 de abril em frente à sede presidencial.

A polícia do Sri Lanka decretou toque de recolher em Colombo, capital do país, depois dos confrontos – quando usou gás lacrimogêneo e jatos d’água contra os manifestantes.

Horas antes, em Temple Tree, em sua residência próxima à sede presidencial, Mahinda Rajapaksa havia prometido “proteger os interesses da nação” antes que cerca de 3.000 partidários chegassem em ônibus de áreas rurais.

Na saída, eles atacaram as barracas dos manifestantes e queimaram suas faixas.

Durante os confrontos, nos arredores da capital, um deputado do partido governista, Amarakeerthi Athukorala, abriu fogo e feriu gravemente duas pessoas que bloqueavam a passagem de seu carro em Nittambuwa. Mais tarde, ele foi encontrado morto, após tentar se esconder em um prédio próximo, segundo a polícia.

Mais de 150 feridos foram hospitalizados, informou à AFP o porta-voz do hospital nacional de Colombo, Pushpa Soysa.

 Pedidos de calma

O presidente Rajapaksa condenou os atos violentos e aqueles que os incitam “independentemente de suas tendências políticas”, de acordo com uma mensagem no Twitter.

“A violência não resolverá os problemas atuais”, ressaltou.

Por sua vez, a embaixadora dos Estados Unidos na ilha, Julie Chung, condenou a violência perpetrada “contra manifestantes pacíficos” e instou o governo a abrir uma investigação profundada sobre os eventos.

Há vários meses, este pequeno país de 22 milhões de habitantes do sul da Ásia, independente desde 1948, enfrenta uma grave escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos.

O colapso econômico começou a ser percebido, depois que a pandemia de coronavírus cortou a receita do turismo e das remessas.

Calculada em US$ 51 bilhões, a grande dívida externa levou o governo a decretar a moratória de pagamentos em 12 de abril.

Os manifestantes culpam os irmãos Rajapaksa de terem mergulhado o país nesta crise e pedem sua renúncia.

O líder da oposição, Sajith Premadasa, tentou se aproximar da área de confrontos, mas foi atacado pela multidão e teve que ser rapidamente retirado pelos seguranças.

Na sexta-feira, o presidente declarou estado de emergência pela segunda vez em cinco semanas, concedendo poderes ampliados às forças de segurança, inclusive autorizando a detenção de suspeitos por longos períodos sem supervisão judicial.

Ele também autorizou o envio dos militares para manter a ordem, como reforço da polícia.

O líder sindical Ravi Kumudesh alertou neste fim de semana que mobilizará os trabalhadores do setor público e privado para invadir o Parlamento nacional em sua abertura em 17 de maio.

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