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sábado 6 de fevereiro de 2021 às 05:02h

Presidente do STJ pede que Aras investigue procuradores da Lava Jato

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O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, pediu nesta última sexta-feira (5) que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue a conduta de procuradores da Lava Jato na esfera criminal e no âmbito funcional e administrativo.

A solicitação do ministro acontece um dia depois de a CNN mostrar que um novo pacote de mensagens apreendidas no âmbito da Operação Spoofing revela a intenção da força-tarefa de Curitiba de investigar ministros do tribunal.

Em ofício encaminhado a Aras, Martins pede que o procurador-geral “tome as necessárias providências para a apuração de condutas penais, bem como administrativas ou desvios éticos dos procuradores” – essas últimas perante ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Nesta quinta-feira (4), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma nova remessa de conversas em que o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, sugere pedir à Receita Federal “uma análise patrimonial” dos ministros que integram as turmas criminais do STJ.

Na solicitação à PGR, Martins afirma que os “ministros têm foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal e, portanto, em tese, os aludidos procuradores estariam agindo fora do âmbito de abrangência de suas atribuições”.

Procurados pela CNN, os procuradores da Lava Jato afirmaram, por meio de nota, que “reiteram que jamais praticaram qualquer ato de investigação sobre condutas de detentores de foro privilegiado, sejam ministros do STJ ou não”.

“Em todos os casos em que foram identificados elementos concretos de informação relacionados a autoridades com prerrogativa de foro, foram feitas as devidas comunicações às autoridades competentes”, diz a nota.

O arquivo de 42 páginas foi entregue pelos advogados de Lula ao ministro Ricardo Lewandowski, que, na segunda-feira (1º), suspendeu o sigilo das conversas entre os procuradores de Curitiba e o ex-juiz Sergio Moro.

“A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF”, escreve Deltan Dallagnol na conversa com os colegas para, em seguida, emendar: “Furacão 2”.

O procurador Diogo Castor de Mattos diz, então, acreditar que o ministro Félix Fischer, o relator da Lava Jato no STJ, não estaria envolvido em irregularidades. “Felix Fischer eu duvido. Eh um cara serio (sic)”, escreve.

A troca de mensagens indica que a operação tinha a intenção de investigar pessoas com prerrogativa de foro privilegiado sem autorização.

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