O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta terça-feira (24) que o país colocou fim a uma guerra iniciada por Israel, classificando o governo israelense como “terrorista” e atribuindo à ação iraniana uma “grande vitória” nacional. A declaração foi dada à imprensa estatal iraniana e reproduzida pela agência Reuters.
Segundo Pezeshkian, o Irã enfrentou 12 dias de conflito provocados, em suas palavras, pelo “aventurismo” israelense. O presidente exaltou a resposta iraniana como “eficaz e decisiva”, afirmando que o país encerrou o confronto com sucesso. “Os terroristas de Israel começaram a guerra, e o Irã colocou-lhe um ponto final”, disse.
Escalada de tensões
A fala de Pezeshkian ocorre num momento de forte tensão regional, marcado por trocas de acusações e confrontos indiretos entre Israel e forças apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah no Líbano e grupos na Síria e no Iêmen. Embora o Irã negue envolvimento direto em ações militares contra Israel, o país tem adotado um discurso de enfrentamento e apoio às facções que combatem o Estado israelense.
O presidente iraniano, recém-eleito, adota uma retórica semelhante à do governo anterior, mantendo a linha dura da política externa do país. Seu discurso reforça a imagem de resistência diante do que Teerã chama de agressões sionistas e fortalece o discurso interno de unidade nacional contra inimigos externos.
Repercussões internacionais
Ainda não houve resposta oficial de Israel às declarações do presidente iraniano. No entanto, observadores internacionais alertam que a retórica adotada por Pezeshkian pode indicar continuidade na postura de confronto entre os dois países, mesmo diante de pressões globais por moderação e contenção.
A comunidade internacional, por sua vez, acompanha com preocupação a escalada na região, temendo que episódios como esse se desdobrem em novos confrontos armados ou envolvam atores ainda mais amplos no Oriente Médio.
Contexto regional
O Irã tem sido um dos principais protagonistas da geopolítica do Oriente Médio, especialmente por seu apoio a grupos armados que se opõem a Israel. Em abril deste ano, o país chegou a lançar um ataque direto com drones e mísseis contra o território israelense, em resposta à morte de comandantes da Guarda Revolucionária em Damasco, atribuída a Israel.
As declarações de Pezeshkian reafirmam que, apesar da troca de lideranças, a linha política externa do Irã permanece firme, mantendo Israel como principal adversário estratégico e retórico.