A Polícia Federal (PF) vai investigar o ataque hacker que atingiu a C&M Software, prestadora de serviços de tecnologia para uma série de instituições financeiras que atuam no Brasil. A informação foi confirmada ao canal SBT News nesta quarta-feira (2) pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.
Após a confirmação da ação criminosa na terça-feira (1º), o Banco Central (BC) determinou o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas operadas pela C&M. Informações preliminares indicam que as contas dos clientes dos bancos não foram comprometidas.
Em nota, a C&M informou que a invasão “incluiu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar acessar de forma fraudulenta sistemas e serviços”.
Também disse que “todos os [seus] sistemas seguem íntegros e operacionais, com os protocolos de segurança integralmente executados”.
Uma das instituições afetadas, a BMP, informou que o ataque permitiu “o acesso indevido a contas reserva de seis instituições financeiras”.
As contas reserva são mantidas diretamente no Banco Central e usadas exclusivamente para a chamada liquidação bancária “sem qualquer relação com as contas dos clientes finais”.
Sobre a C&M
A C&M funciona como uma ponte que liga alguns bancos em atividade no Brasil ao sistema de pagamento via PIX, modalidade de pagamento que ajudou a criar, em 2020.
Desde 2001, a empresa foi autorizada pelo Banco Central a operar como prestadora de serviços de tecnologia da informação para o setor financeiro.
Valor do roubo
Há relatos de que os criminosos teriam desviado ao menos R$ 500 milhões ao invadir os sistemas e acessar contas de seis instituições financeiras. Mas o tamanho do rombo pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo o site Brazil Journal.
Os recursos desviados das instituições no ataque hacker estavam depositados em contas reserva mantidas no Banco Central (BC). As contas reservas são as que essas instituições financeiras e de pagamento mantém no BC para as transações interbancárias.