A formatura de mais de 600 novos policiais rodoviários federais, oriundos de um concurso realizado em 2021, gerou uma polêmica interna na PRF. Um documento da Diretoria de Gestão de Pessoas sugeriu evitar o contato prolongado entre os novos e antigos servidores, o que provocou reações negativas.
O relatório, que visava orientar a recepção dos novos policiais, recomendava que não houvesse “transferência de práticas desalinhadas” com o novo modelo institucional. A proposta foi criticada pelo diretor-executivo da PRF, Alberto Raposo Neto, que a considerou preliminar e não alinhada aos valores da instituição. Ele enfatizou a importância da integração entre as gerações de policiais para fortalecer a cultura organizacional.
Em um comunicado interno, o diretor-geral, Antônio Fernando Oliveira, também se manifestou contra a sugestão, afirmando que a PRF valoriza a dedicação de seus servidores ao longo de quase um século de história. Ele destacou que a proposta não encontra respaldo na instituição.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais se posicionou contra a recomendação, expressando seu “veemente repúdio”. A entidade, que representa mais de 17 mil servidores, considerou a insinuação de que os policiais mais antigos poderiam transmitir uma cultura negativa como desrespeitosa e discriminatória. A federação pediu uma retratação da direção da PRF, ressaltando que essa visão pode promover um clima de divisão entre os policiais.