terça-feira 24 de junho de 2025
O diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, acompanhado do chefe do escritório da Interpol no Brasil, delegado Fabio Mertens, durante coletiva sobre prisão de brasileiro integrante de facção criminosa na Bolívia - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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quarta-feira 4 de junho de 2025 às 14:57h

Plano de fuga de Zambelli prevê ficar de fora de difusão vermelha da Interpol

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que anunciou ontem que vai se licenciar do mandato para ficar no exterior e evitar a prisão, está na Flórida e pretende ir para a Itália nos próximos dias. Apesar do pedido de prisão preventiva da Procuradoria-Geral da República (PGR), que provavelmente será acatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, interlocutores da deputada afirmam que ela não teme ser presa fora do Brasil porque não acredita que a Interpol aceitaria incluí-la na difusão vermelha – um alerta internacional de prisão para foragidos da Justiça.

Zambelli foi condenada em maio pelo STF a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), junto com o hacker Walter Delgatti. Com a condenação, ela ficou inelegível por oito anos. Ela ainda pode recorrer, mas decidiu se afastar da Câmara dos Deputados alegando que está sendo perseguida pela Justiça.

Outra decisão tomada com cálculo foi a de ficar nos Estados Unidos mais alguns dias e depois viajar com calma para a Itália. Nem Zambelli e nem aliados próximos acreditam que a Interpol vá aceitar a inclusão de seu nome na difusão vermelha.

Nesse quesito, ela se mira nos casos dos blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, que tiveram os pedidos de inclusão na lista rejeitados pelo conselho da Interpol mesmo com ordens de prisão emitidas por Moraes. Hoje Santos vive nos EUA e Eustáquio, na Espanha.

Segundo integrantes da Polícia Federal familiarizados com esse tipo de processo, a Interpol não costuma incluir no alerta pessoas cujo processo possa ter interface ou motivação política. Daí a confiança de Zambelli de que não poderá ser impedida de viajar dos EUA para a Europa, mesmo que Moraes já tenha emitido sua ordem de prisão.

Em uma entrevista a uma rádio, a deputada disse que foi para os Estados Unidos para um tratamento de saúde e decidiu ficar. Ela declarou ainda que vai viajar pela Europa e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.

Como tem cidadania italiana, Zambelli deve se estabelecer por lá e tentar replicar na Europa a campanha contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já vem fazendo nos Estados Unidos.

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