A última quinta-feira (29) começou segundo a coluna de Lauro Jardim, com uma boa notícia para Gilberto Kassab. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor de manter o arquivamento de um inquérito aberto em 2018 contra cacique do PSD, baseado na delação premiada de executivos da J&F, controladora da JBS.
Mas, no mesmo dia, menos de cinco horas depois, a mesma PGR trouxe uma má notícia para o secretário de Governo de São Paulo. O vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, opinou pela rejeição da queixa-crime apresentada ao STF por Kassab contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que o chamou de “desprezível”, “idiota” e “um lixo não reciclável” em um vídeo publicado no TikTok.
Na semana passada, a coluna de Lauro Jardim, publicou que a Advocacia do Senado protocolou a defesa de Kajuru contra a acusação de que ele cometeu crimes de calúnia, difamação e injúria, pelas ofensas contra a honra de Kassab. O relator do caso no Supremo é o ministro Cristiano Zanin.
Na gravação, divulgada em fevereiro, o senador de Goiás rebateu críticas do secretário do governo Tarcísio de Freitas ao ministro Fernando Haddad, a quem ele chamou de “fraco”, e disse que Kassab é “um cara de negociata”. Kajuru afirmou ainda que ele criticou Lula, dizendo que o presidente não seria reeleito, porque queria que o petista o chamasse para lhe dar um ministério, “que é dinheirão que você gosta”.
“Ao questionar o pronunciamento do querelante sobre a possibilidade de reeleição do atual Presidente da República e sobre a atuação de autoridade integrante do seu governo, o que fez o querelado foi apenas defender os interesses do grupo de que participa”, apontou Chateaubriand Filho.
O representante do Ministério Público Federal disse entender que as palavras de Kajuru “não se distanciam do contexto da crítica de natureza exclusivamente política, protegida pela imunidade parlamentar”. “Lembre-se que o exercício da crítica por agentes políticos, mesmo que mais contundente e com a exploração de narrativas às vezes enviesadas, é próprio da arena política e faz parte da estratégia de alcance e manutenção do eleitorado”, escreveu.