Investigação aponta rede de corrupção envolvendo negócios bilionários e decisões manipuladas no Judiciário
A Polícia Federal deflagrou nesta manhã de terça-feira (13) mais uma fase da operação que investiga um esquema de compra de decisões judiciais em tribunais superiores, com foco no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desta vez, a PF mira empresários, operadores financeiros e laranjas suspeitos de integrar uma rede criminosa sofisticada voltada à manipulação de sentenças em processos de alto impacto econômico.
De acordo com os investigadores, o grupo atuava para garantir decisões favoráveis a empresas e indivíduos investigados, em troca de altas quantias em dinheiro. Os alvos da operação são suspeitos de promover, intermediar e ocultar o pagamento de propinas por meio de esquemas de lavagem de dinheiro, uso de offshores e movimentações em nome de laranjas.
Operação em sigilo e novas fases previstas
A PF não revelou os nomes dos investigados nesta etapa por conta do sigilo judicial que protege a apuração em curso. No entanto, fontes ligadas ao caso indicam que a investigação atinge figuras influentes do mundo empresarial e político, além de operadores com acesso privilegiado a gabinetes no STJ.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com base em indícios robustos colhidos em fases anteriores. As buscas ocorreram em vários estados, com apreensão de documentos, dispositivos eletrônicos e bloqueio de bens dos suspeitos.
“Trata-se de uma estrutura criminosa com alto grau de organização e sofisticação, voltada à captura indevida do sistema judiciário para favorecer interesses particulares em detrimento do interesse público”, afirmou um dos delegados envolvidos na ação.
Corrupção sistêmica e empresarial
O relatório da PF aponta que o esquema teria funcionado durante anos, envolvendo acordos espúrios entre empresários com processos em curso e operadores ligados a membros do Judiciário. A troca era clara: dinheiro por decisões judiciais moldadas sob encomenda.
A prática se tornou ainda mais perigosa, segundo os investigadores, por envolver grandes disputas fiscais, ambientais e comerciais, com impacto direto sobre políticas públicas, receitas tributárias e regulações estratégicas.
A investigação ainda está em curso, mas a PF já fala em um dos maiores escândalos de corrupção no Judiciário brasileiro, com ramificações que podem ultrapassar os limites do STJ e alcançar outras esferas do sistema de Justiça e da política nacional.