sábado 12 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a sessão de promulgação da Proposta de Emenda à Constituição que instituiu a reforma tributária, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 20 de dezembro de 2023 -n Foto: Ricardo Stuckert/PR
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quarta-feira 2 de julho de 2025 às 16:13h

Para Congresso, governo Lula já acabou

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Tentativa do Planalto de recuperar apoio com cargos e emendas já não surte efeito: “Cristal quebrado não cola”

O governo do presidente Lula da Silva (PT) enfrenta um quadro de deterioração irreversível na sua relação com o Congresso Nacional, segundo análise do colunista Merval Pereira, publicada no jornal O Globo. A constatação parte de uma recente pesquisa divulgada pela Quaest, que revela a visão amplamente negativa dos deputados federais em relação à atual gestão. O estudo, de acordo com Merval, escancara o esgotamento de qualquer tentativa de reconstrução de pontes entre o Executivo e o Legislativo.

“Sabia-se que o Congresso era de oposição, de centro-direita, mas não havia a ideia de que os parlamentares considerassem Lula e seu governo tão medíocres”, escreve o colunista, ressaltando o nível inédito de distanciamento político.

Segundo Merval, a tentativa do Palácio do Planalto de conquistar apoio distribuindo ministérios, cargos e verbas parlamentares fracassou. “A única chance do governo de recuperar já não funciona mais”, afirma. A recusa de um deputado a assumir um ministério, segundo ele, foi simbólica: marcou o rompimento definitivo da confiança entre Congresso e governo, e qualquer esforço de conciliação seria agora “tapar o sol com a peneira”.

“O governo Lula, para este Congresso, está acabado”

O colunista de O Globo é taxativo ao dizer que o governo perdeu o controle sobre a pauta política e que os parlamentares já operam com os olhos voltados para 2026 — não mais como aliados do Planalto, mas como arquitetos da sucessão presidencial. “Os parlamentares se preparam para eleger um novo presidente em 2026, no lugar de Lula”, resume Merval.

Para ele, o governo cometeu erro estratégico ao tentar jogar a opinião pública contra o Congresso, atitude que não apenas falhou como reforçou a desconfiança dos deputados. “Por mais que se possa criticar o Congresso, não se pode abrir mão dele. É uma das peças fundamentais da democracia”, argumenta.

Isolamento institucional

Na avaliação de Merval Pereira, o atual cenário conduz o presidente Lula a um isolamento institucional preocupante, com dificuldades cada vez maiores para avançar agendas relevantes e sem capital político suficiente para reaglutinar forças no Congresso. Ele alerta ainda que a retórica do governo, que frequentemente acusa o Legislativo de atuar em benefício de setores privilegiados, contribui para o impasse. “Vamos ficar com um presidente isolado, ou que quer anular o Congresso? Não faz sentido. Não é assim que a banda toca na democracia”, escreve.

Crise estrutural

A análise da coluna reforça o que já vinha sendo sinalizado por aliados e analistas: a relação entre Executivo e Legislativo entrou em uma crise estrutural, e não apenas de conjuntura. A imagem de um governo que não dialoga, que tenta impor sua vontade ou que não entrega resultados, tem se consolidado entre os parlamentares, o que compromete gravemente a governabilidade.

Se confirmada essa percepção majoritária, o governo Lula entra na segunda metade de seu mandato com capacidade limitada de articulação e influência, e com um Congresso já em busca de novas lideranças para o ciclo pós-2026.

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