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A bordo do Papamóvel, o Papa Francisco acena para fiéis nas ruas do Centro do Rio de Janeiro — Foto: Custodio Coimbra / Agência O Globo
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segunda-feira 21 de abril de 2025 às 17:18h

Papa Francisco visitou 10 países da América Latina, mas nunca voltou à Argentina, sua terra natal, durante o pontificado

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Sua primeira viagem foi para o Brasil, em julho de 2013, para participar da XXVIII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro

O Papa Francisco, que morreu aos 88 anos nesta segunda-feira, viajou sete vezes à América Latina desde que foi eleito, em março de 2013. No entanto, o Pontífice nunca voltou à Argentina, sua terra natal, enquanto ocupou o cargo. Sua primeira viagem foi para o Brasil, em julho de 2013, para participar da XXVIII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.

Brasil

Foi sua primeira viagem, entre 22 e 29 de julho de 2013, para participar da XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento realizado no Rio de Janeiro.

Em solo brasileiro, o Pontífice argentino ampliou sua popularidade, quebrou o protocolo em várias ocasiões para se aproximar dos fiéis. Francisco visitou uma favela, falou com dependentes químicos, presos e doentes. No Rio, ele também reiterou seu desejo de reformar a Igreja.

Francisco pousou no Rio de Janeiro no dia 22 de julho de 2013, e foi recebido na Base Aérea do Galeão pela então presidente, Dilma Rousseff, pelo então governador do Rio, Sérgio Cabral, e pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes. Mas logo após chegar ao Centro da cidade, o Pontífice teve uma recepção inesperada: falhas no isolamento de algumas vias, como a Avenida Presidente Vargas, permitiram que centenas de pessoas se aproximassem do Papamóvel, atrasando a passagem do comboio. Ao todo, estima-se que 200 mil fiéis acompanharam o cortejo.

Equador, Bolívia e Paraguai

O Papa Francisco realizou uma visita de uma semana, de 5 a 12 de julho de 2015, ao Equador, Bolívia e Paraguai, onde se desculpou pelos crimes cometidos contra indígenas durante a colonização da América. Nesta viagem, o Santo Padre fez um de seus principais discursos do pontificado.

Posicionando-se sobre os problemas sociais e econômicos enfrentados pelos excluídos, ele pediu que os três “T” (“Terra, teto e trabalho”) fossem garantidos como um direito sagrado.

Cuba e Estados Unidos

A décima viagem do Papa ao exterior ocorreu entre 19 e 28 de setembro de 2015, quando foi a Cuba e aos Estados Unidos — uma ocasião para construir pontes entre o país comunista e a superpotência capitalista.

Em Havana, ele se reuniu separadamente com os irmãos Raúl e Fidel Castro. Fidel e Raúl Castro, que assumiram o poder com a vitória da revolução cubana em 1959, eram dois irmãos muito diferentes em vários aspectos, mas com uma causa comum que os transformou em parceiros complementares e que os manteve unidos por toda a vida. Fidel influenciou a formação intelectual e política do irmão.

Sempre como coadjuvante, Raúl apoiou o irmão no ataque ao Quartel Moncada (1953), na expedição do iate Granma (1956), na luta da guerrilha em Sierra Maestra (1957-58) e ao longo de todo seu governo (1959-2006).

México

Em sua 12ª viagem internacional, Francisco visitou o México entre 12 e 18 de fevereiro de 2016. Nesta viagem, o Pontífice acrescentou uma escala de três horas no aeroporto José Martí, em Havana, para um encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Kirill. Mas a aproximação foi interrompida com a invasão russa da Ucrânia. Em 2022, Kirill criticou Francisco, que chamou o líder religioso russo de “coroinha” do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Durante as cerca de 120 horas que permaneceu no México, abordou temas espinhosos como a corrupção, a violência, a pobreza e a exclusão.

No voo de volta a Roma, ele rompeu com o politicamente correto e falou sobre as outras duas questões incômodas para os mexicanos: o abuso sexual de menores e o desaparecimento forçado dos 43 estudantes de Guerrero, cujos familiares ele não recebeu.

O desaparecimento de 43 estudantes mexicanos em 26 de setembro de 2014 abalou a sociedade mexicana, expondo as entranhas da corrupção no governo e destacando a espiral de violência que já havia deixado milhares de mortos. A quadrilha acusada de matar os estudantes, a Guerreros Unidos, está fortemente envolvida em extorsões e sequestros no Estado de Guerrero e em outros dois Estados mexicanos. Acredita-se também que o grupo produz e trafica heroína do México para os EUA.

Colômbia

Em 2017, Francisco esteve na Colômbia, onde ficou de 6 a 11 de setembro para levar uma mensagem de reconciliação e paz após os históricos acordos entre o governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O papa emocionou os colombianos quando presidiu um dos eventos mais comoventes de seu pontificado diante de milhares de pessoas na cidade de Villavicencio, onde ouviu testemunhos de vítimas do conflito armado que devastou o país por meio século.

Chile e Peru

De 15 a 21 de janeiro de 2018, Francisco realizou sua 22ª viagem internacional, desta vez para Peru e Chile, com objetivo de defender os povos originários.

Essa foi uma das viagens mais difíceis de seu pontificado, pois foi ofuscada por protestos e escândalos de abuso sexual de menores envolvendo padres.

Ele foi o primeiro Papa a visitar o coração da Amazônia.

Panamá

O Santo Padre visitou o Panamá em janeiro de 2019 para participar da 34ª JMJ e mobilizar os jovens latino-americanos contra a pobreza, a violência e a crise migratória.

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