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Deputado Otto Filho deve assumir vaga no Tribunal de Contas do Estado com aposentadoria de Antônio Honorato; movimentação abre espaço para suplentes do PSD na Câmara
Uma articulação envolvendo o senador Otto Alencar (PSD) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pode consolidar nas próximas semanas uma mudança estratégica no cenário político baiano: a ida do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA). A vaga será aberta com a aposentadoria compulsória do conselheiro Antônio Honorato de Castro Neto, prevista para o próximo dia 27 de julho.
Segundo informações apuradas pela coluna de Jairo Costa Júnior, do portal Metro1, aliados próximos ao senador garantem que as negociações já foram concluídas e que a indicação do herdeiro político de Otto para o TCE foi costurada diretamente com o governador. Trata-se de um movimento calculado que busca garantir prestígio e estabilidade ao grupo do PSD dentro do xadrez político baiano.
De acordo com fontes da base governista, Otto Filho inicialmente resistiu à ideia de deixar o Congresso Nacional. Prestes a completar 48 anos, o parlamentar acreditava ser prematuro abandonar a carreira política eletiva e assumir um posto vitalício no órgão de contas. No entanto, ele acabou sendo convencido pelo pai, que conhece bem o funcionamento da corte — Otto Alencar foi conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) antes de renunciar ao cargo em 2010 para disputar a vice-governadoria na chapa do então governador Jaques Wagner (PT).
Efeito dominó na bancada federal do PSD
Caso a nomeação de Otto Filho ao TCE se confirme, ela provocará alterações importantes na bancada federal do PSD na Bahia. O ex-prefeito de Guanambi, Charles Fernandes, que já ocupa o posto na Câmara dos Deputados desde que Sérgio Brito assumiu a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), deverá ser efetivado como titular.
Na sequência, a advogada Elane Alves de Almeida, conhecida como Dra. Elane, segunda suplente do partido, será alçada provisoriamente à Câmara, ocupando a cadeira de Sérgio Brito enquanto este continuar licenciado do mandato para exercer o cargo no Executivo estadual.
Consolidação de espaços
A possível ida de Otto Filho ao TCE reforça o controle do PSD sobre espaços estratégicos nas esferas estadual e federal. O movimento também sinaliza a força de Otto Alencar nos bastidores políticos e sua capacidade de pavimentar o futuro do clã político que lidera — mesmo em um momento em que o senador tem evitado falar abertamente sobre sucessão.
A nomeação para o TCE, além de blindar o filho de eventuais disputas eleitorais, garante influência de longo prazo em um tribunal que exerce papel central no controle e fiscalização de contas públicas estaduais.
Nos corredores da Assembleia Legislativa, onde caberá aprovar a indicação, a movimentação já é dada como certa, com amplo apoio da base governista e sem previsão de resistência entre os parlamentares.
A confirmação da nomeação de Otto Filho, no entanto, só deverá ocorrer oficialmente após o dia 27 de julho, quando a aposentadoria do conselheiro Honorato for formalizada. Até lá, a articulação segue em silêncio nos bastidores — mas os efeitos do movimento já começam a redesenhar o mapa político do PSD baiano.
