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O cenário político de 2026 deve ser profundamente influenciado pela nova composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A partir de agosto do próximo ano, o ministro Kassio Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, assumirá a presidência da Justiça Eleitoral, enquanto André Mendonça, também nomeado pelo ex-presidente, ocupará a vice-presidência do TSE.
A mudança de comando ocorre justamente às vésperas das eleições presidenciais, o que tem alimentado especulações sobre uma possível reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, atualmente impedido de concorrer até 2030 por decisão do próprio TSE, que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em eventos oficiais.
Aliados do ex-presidente enxergam na presidência de Nunes Marques uma oportunidade política e jurídica para tentar reabilitar Bolsonaro eleitoralmente. Embora a inelegibilidade tenha sido decidida em 2023 por maioria no plenário da corte, juristas lembram que decisões podem ser revistas, sobretudo se forem apresentadas novas ações ou recursos baseados em fatos posteriores ou mudanças de entendimento.
Clima de polarização
Lula precisa de Bolsonaro, e vice-versa, por isso, esse novo cenário reacende a polarização entre bolsonarismo e lulismo, com a perspectiva de uma nova disputa entre os dois protagonistas das últimas eleições. Enquanto Lula (PT) mantém aliados se movimentando para uma possível reeleição, o campo da direita aguarda definições sobre a situação jurídica de Bolsonaro, que, mesmo inelegível, segue atuando como principal liderança da oposição.
Para o cientista político Cláudio Couto, da FGV, “a presidência de Nunes Marques certamente terá impacto”.
