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quinta-feira 22 de maio de 2025 às 07:42h

Negativa do PL e até ameaça de desfiliações: Eduardo Cunha enfrenta resistência para disputar eleições por Minas

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


Instalado em um escritório na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (Republicanos) tem intensificado seus movimentos políticos em Minas Gerais, onde estuda lançar candidatura à Câmara Federal em 2026. A tentativa, no entanto, esbarra em resistências de lideranças locais e no desgaste de sua imagem pública.

A principal barreira é seu histórico na Operação Lava-Jato, que culminou em sua cassação em 2016. Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha anulado a condenação, o estigma permanece. Nos bastidores, líderes mineiros demonstram receio de associar suas campanhas ao ex-deputado, temendo reações negativas do eleitorado.

No Republicanos, partido ao qual Cunha está filiado atualmente, a recepção é especialmente fria. A cúpula mineira, liderada pelo deputado estadual Euclydes Pettersen, resiste à ideia de incluí-lo na nominata. O senador Cleitinho Azevedo, pré-candidato ao governo de Minas, ameaça se desfiliar da sigla caso Cunha seja confirmado como postulante pelo partido.

— Se ele vier pelo Republicanos, é uma escolha do partido. Não desejo o mal dele, mas, politicamente, não quero vínculo com Eduardo Cunha. Ele representa tudo aquilo que eu combato — afirma Cleitinho.

Diante desse cenário, Cunha teria buscado alternativas. Um possível abrigo chegou a ser cogitado no PL, após aceno do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. No entanto, a articulação não prosperou. A recusa teria partido de lideranças como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado mais votado do partido.

Compadre das Gerais?

Natural do Rio de Janeiro, Cunha avalia transferir sua base eleitoral para Minas como forma de evitar um confronto direto com sua filha, a deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), que deve buscar a reeleição em 2026.

Para isso, tem ampliado sua presença no estado. Nos últimos meses, como revelou O GLOBO, associou-se a cinco emissoras de rádio, passou a patrocinar o Uberaba Sport Clube — tradicional agremiação do Triângulo Mineiro — e tem marcado presença em leilões de gado e cultos evangélicos. A aproximação com a Igreja Mundial do Poder de Deus, segundo interlocutores, poderia render uma base de cerca de 15 mil votos — número suficiente para conquistar uma vaga via quociente eleitoral.

A recepção, no entanto, segue tímida. Consultadas pelo GLOBO, lideranças de PSD, União Brasil e PP negaram conversas em andamento ou planos de filiação. O cenário é de dificuldade, mesmo diante de um passado de boa interlocução com algumas lideranças, à exemplo do secretário estadual de Governo, Marcelo Aro (PP).

— Não houve convite, nem tratativas. Cunha não tem identidade política em Minas, e nós somos contra a esta ideia de termos pessoas de fora no nosso espaço — justifica um articulador do PSD.

Na semana passada, Cunha foi visto novamente circulando pela Savassi, posando para fotos com simpatizantes.

Seus articuladores têm dito que nenhuma definição foi tomada, em relação a se disputará por Minas Gerais e por qual partido. Apesar da visibilidade crescente, o ex-deputado evita dar declarações públicas sobre o tema. Procurado pela reportagem, preferiu não comentar.

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