Em uma iniciativa pioneira, a cidade suíça de Neuchâtel lançou um projeto piloto de dois anos, no qual médicos podem prescrever visitas gratuitas a museus e jardins botânicos como parte do tratamento de seus pacientes. Com um orçamento de 10.000 francos suíços, cerca de 500 “receitas culturais” foram distribuídas até agora, recebendo apoio de autoridades locais e regionais .
Arte como medicina
Inspirado por um estudo da Organização Mundial da Saúde de 2019 que correlaciona atividades artísticas com melhorias na saúde mental, prevenção de traumas e redução de declínio cognitivo e mortalidade prematura, o programa foi idealizado após o impacto emocional das longas quarentenas da COVID-19
. O objetivo é oferecer aos pacientes uma alternativa terapêutica que combine estímulo emocional, atividade física leve (do tipo caminhar por galerias) e convívio social.
Para quem e como funciona
O programa contempla pacientes com depressão, burnout, doenças crônicas ou pré-operatórios, como no caso de dois pacientes que receberam a receita para se preparar melhor para cirurgias.
Os próprios médicos relatam que a indicação do museu substitui modalidades menos atrativas, como medicamentos ou vice-prescrições, oferecendo aos pacientes um “remédio” que eles apreciam .
Exemplos e visões dos pacientes
Uma jovem de 26 anos que enfrentava burnout relatou, ao visitar o Museu de Arte e História, ter encontrado “um pouco de luz na escuridão”. Já Carla Fragnière Filliger, poeta aposentada, declarou:
“Acho que é uma ótima ideia. Deveria haver prescrições para todos os museus do mundo!”
Caso os resultados sejam positivos, o programa poderá ser ampliado para incluir teatro, dança e outras manifestações culturais — e, quem sabe, até ser incorporado ao sistema de saúde suíço tradicional, diz a imprensa da Suíça.