O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes criticou o pedido de anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro de 2023 durante o julgamento da denúncia, nesta terça-feira (22), do segundo núcleo da tentativa de suposto golpe de Estado após as eleições presidenciais.
Ele comparou as sedes dos Três Poderes a uma casa e questionou se seria aceitável se os ataques ocorressem em uma propriedade privada.
“Se o que aconteceu para o Brasil acontecesse na sua casa, se um grupo armado organizado ingressasse na sua casa, destruísse tudo, mas com a finalidade de fazer seu vizinho mandar na sua casa. Ou seja, afastar você e sua família do comando da sua casa com violência, destruição, bomba, você pediria anistia para essas pessoas? Se fosse na sua casa, haveria? Então, porque no Brasil, na democracia, tantas pessoas defendem isso?”, disse engatando um pedido de reflexão sobre o assunto.
Moraes é o relator da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-comandantes das Forças Armadas e ex-ministros, por tentativa de golpe.
Nesta terça e quarta (23), ocorre o julgamento para decidir se a denúncia contra as seis pessoas acusadas de planejarem ações para manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas será aceita. Se os ministros da Primeira Turma votarem para receber a denúncia, eles se tornarão réus no caso. A denúncia contra o primeiro núcleo, que inclui Bolsonaro, foi aceita.
Referências religiosas
Durante o julgamento, Moraes também fez uma brincadeira com o ministro Flávio Dino e disse que ele é “candidato a papa”.
Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), foram iniciadas as reuniões preparatórias para o conclave, o processo de escolha do novo papa.
Dino, que é católico, fez diversas referências religiosas durante a sua fala.