segunda-feira 23 de junho de 2025
Da esquerda para a direita: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o dirigente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil/AP) — Foto: Fotos de Brenno Carvalho/O Globo e Cristiano Mariz/O Globo
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quarta-feira 21 de maio de 2025 às 10:57h

Missão que Lula deu a Silveira fracassa e Alcolumbre aumenta pressão no Senado

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Antes de partir em visita oficial à Rússia e à China, o presidente Lula da Silva (PT) deu segundo Malu Gaspar, do O Globo, a missão ao seu ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de se entender com o chefe do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Os dois vivem imersos em uma rixa que já dura meses e tem travado a discussão de assuntos de interesse do governo no Congresso, como a indicação dos diretores de várias agências reguladoras. Mas, nesse aspecto, o saldo do périplo do outro lado do mundo não foi nada bom.

De acordo com interlocutores dos dois, não houve nenhuma aproximação durante a viagem, e Alcolumbre desembarcou em Brasília tão disposto a apear Silveira do cargo quanto estava quando viajou.

Aliados de Silveira dizem que o presidente do Senado não abriu espaço para conversas mais reservadas, e também não participou de muitas agendas conjuntas com o ministro durante a viagem.

Alcolumbre vem tentando derrubar Silveira do ministério desde que assumiu a presidência do Senado, no início do ano. Em conversas fechadas, chegou inclusive a pedir a cabeça do ministro diretamente a Lula. No início de abril, conforme publicou a Folha de S. Paulo, ele disse em um almoço com lideranças do União Brasil que Silveira é corrupto e admitiu que não vai descansar enquanto não conseguir sua demissão.

Alcolumbre, Silveira e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já foram aliados no início do governo. Os dois senadores inclusive apadrinharam a nomeação do ministro, mas depois romperam com ele, alegando que Silveira não respeitou os acordos de divisão de poder no setor de energia.

A rixa ganhou ainda mais voltagem nos últimos meses, quando passou a reproduzir o embate entre pesos-pesados do mercado de energia: Carlos Suarez, conhecido como o “rei do gás”, que tem uma disputa com a Âmbar, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que compraram térmicas da Eletrobrás na Amazônia. Suarez é contra a aquisição por alegar que a estatal Cigás, controlada por ele, deveria ter sido consultada.

Nos pleitos a Lula, Alcolumbre tem dito que, além da queda do ministro, quer que uma das vagas abertas para a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seja ocupada pelo candidato de seu grupo, Willamy Frota, ex-presidente da Amazonas Energia, também ligado a Suarez e bancado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM).

De acordo com aliados de Alcolumbre, Silveira, que há até pouco tempo insistia na indicação de seu secretário nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira de Sá Junior, disse ao presidente do Senado numa conversa reservada há poucas semanas que abria mão de suas indicações, mas que para isso precisava do aval de Lula.

Se Lula deu aval ou não, não se sabe. Mas o fato é que a Casa Civil do Planalto até agora não enviou novos nomes ao Senado para substituir os anteriores.

Enquanto isso não ocorre, Alcolumbre não pauta as sabatinas e aproveita a fragilidade do governo para cavar mais espaço e cargos – como o novo presidente da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, que é um dos maiores hubs de emendas parlamentares. Até então, o cargo estava com o União Brasil na Câmara dos Deputados. Agora, é do todo poderoso chefe do Senado.

Por ora, Silveira tem conseguido se manter no posto. Quanto mais o tempo passa, porém, mais seu capital político vai se reduzindo, e mais projetos contrariando o governo avançam no Senado – como o que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental, que deve ser aprovado nesta quarta-feira.

Embora esteja saindo bem cara para o governo, a rixa com Silveira se tornou um grande negócio para Alcolumbre.

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