Projeto estratégico para o escoamento de minério e grãos no interior da Bahia atrai atenção de investidores chineses
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), confirmou nesta semana o interesse da China em investir na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e no Porto Sul, ambos localizados no estado da Bahia. A informação foi divulgada durante agenda oficial da ministra em Brasília, após reuniões com representantes do governo chinês e empresários estrangeiros.
De acordo com Tebet, os dois projetos são considerados estratégicos para a infraestrutura logística do Brasil, e estão entre as prioridades do governo federal para atrair investimento estrangeiro, especialmente em setores ligados ao transporte de carga e à exportação de commodities.
“A China tem manifestado interesse concreto em participar da Fiol e do Porto Sul. São obras essenciais para o escoamento de minério de ferro e grãos da região do Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia] e fazem parte da nossa carteira de investimentos em infraestrutura”, destacou a ministra.
Fiol: o corredor de desenvolvimento no interior baiano
A Fiol é uma ferrovia de mais de 1.500 km que liga o interior da Bahia ao litoral do estado, com grande potencial para impulsionar o agronegócio e a mineração. O trecho mais avançado da obra liga Caetité a Ilhéus e será fundamental para o transporte do minério de ferro extraído na região, com destino ao mercado externo.
Atualmente, a construção da Fiol é de responsabilidade da Bamin (Bahia Mineração), que já firmou contratos de concessão, mas busca parceiros para acelerar a execução do projeto. O investimento chinês pode destravar trechos ainda paralisados e garantir maior competitividade ao modal ferroviário no Nordeste.
Porto Sul: conexão estratégica com o mundo
Localizado em Ilhéus, o Porto Sul é o ponto de chegada da Fiol e está sendo desenvolvido também pela Bamin. O terminal portuário será voltado à exportação de minério e grãos, com possibilidade de receber grandes embarcações e tornar-se um novo hub logístico na costa atlântica brasileira.
Com apoio da China, o Porto Sul pode receber aportes em tecnologia, dragagem e ampliação de sua capacidade operacional. O governo federal vê o projeto como parte fundamental da nova estratégia de integração logística do país, conectando o interior produtivo a mercados globais.
Cooperação Brasil-China em alta
O interesse chinês na Fiol e no Porto Sul ocorre em meio ao aquecimento das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e China, que se intensificaram nos últimos anos. Além de infraestrutura, os chineses têm demonstrado apetite por investimentos em energia, agronegócio e tecnologia no país.
“Queremos atrair capital que ajude a desenvolver o Brasil com sustentabilidade, emprego e respeito às nossas regras”, afirmou Simone Tebet, reforçando que as negociações com a China seguem sob análise técnica e estratégica do governo federal.