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sábado 28 de setembro de 2024 às 15:10h

Mauro Vieira discute com chanceler do Líbano repatriação de brasileiros no país

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu neste sábado (28) com o chanceler do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib, em Nova York, nos Estados Unidos. Na conversa, eles avaliaram o atual momento do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah e discutir uma eventual operação de repatriação de brasileiros no país.

As informações foram divulgadas pelo Itamaraty após o encontro, que durou cerca de 40 minutos.

Só nesta semana, 700 pessoas morreram no Líbano em ataques, segundo as autoridades do país. Entre os mortos estavam dois brasileiros. Os ataques partem de Israel, que bombardeia o país para atingir o grupo extremista Hezbollah. Neste sábado (28), um ataque das Forças Israelenses mataram o chefe do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, informa Filipe Matoso, Ricardo Abreu, Patrícia Marques, que são da GloboNews e TV Globo, respectivamente.

Ao todo, cerca de 21 mil brasileiros vivem no Líbano atualmente. O número representa a maior comunidade brasileira em países da região, à frente de Israel (14 mil), Emirados Árabes Unidos (9,6 mil) e Jordânia (3 mil), por exemplo.

A embaixada brasileira em Beirute, capital libanesa, começou a colher dados de brasileiros no Líbano para possível repatriação na terça-feira (24), mas ainda não foram divulgados o número de pessoas que querem voltar para o Brasil. O Palácio do Itamaraty criou um formulário para brasileiros e parentes próximos que estão no Líbano pedirem apoio consular.

Ainda não há, por parte do governo brasileiro, uma decisão oficial sobre repatriar cidadãos no país. No entanto, informações de bastidor no Ministério das Relações Exteriores e na Força Aérea Brasileira dão conta de que os órgãos estão de prontidão para atuar assim que o presidente Lula der o aval à operação.

Nos últimos dias, o Ministério das Relações Exteriores passou a enviar orientações aos brasileiros que vivem no Líbano. Entre essas orientações, estão:

  • deixar o Líbano por meios próprios;
  • evitar aglomerações e manifestações;
  • evitar deslocamentos para a região sul do Líbano (onde se concentra a guerra);
  • se estiverem fora do Líbano, evitem retornar até a situação melhorar.

Rotas estudadas

O Líbano faz fronteira com a Síria nas partes do norte e leste do país. Diante disso, segundo relatos de bastidor, uma das possibilidades estudadas pelo governo brasileiro é utilizar bases russas na Síria para retirar os brasileiros que desejarem deixar o país.

Além disso, na costa oeste, onde está o mar, o Líbano está a cerca de 200 quilômetros do Chipre, o que poderia ser uma outra opção, de acordo com relatos obtidos pela TV Globo e pela Globonews.

Neste momento, segundo diplomatas, a fronteira sul do Líbano não é considerada uma opção. Isso porque é a região onde os ataques israelenses se concentraram – o sul do Líbano faz fronteira com o norte de Israel.

Reuniões bilaterais

Além da reunião com o chanceler do Líbano, neste sábado, Mauro Vieira também teve nos últimos dias outras reuniões bilaterais.

Na última quinta (26), por exemplo, o ministro se encontrou com o chanceler da Síria, Bassam Sabbag. Durante a reunião, eles discutiram a crise em Gaza (em razão da guerra entre Israel e o Hamas) e também as “perspectivas de alastramento regional do conflito, em especial no Líbano e na Síria”, segundo o Itamaraty.

Os chanceleres estão nos Estados Unidos em razão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou nesta semana e da qual também participaram, por exemplo, os presidentes Lula e Joe Biden (Estados Unidos), além dos primeiros-ministros Benjamin Netanyahu (Israel) e Mahmoud Abbas (Palestina).

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