A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), aponta que o presidente Lula da Silva (PT) enfrenta uma disputa mais apertada com seus principais adversários nas projeções para o segundo turno das eleições de 2026. Pela primeira vez desde que a série começou a ser medida, o petista aparece tecnicamente empatado com Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, e com diferenças mínimas frente à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e ao governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Segundo o levantamento, Lula tem 41% das intenções de voto em um eventual segundo turno contra Tarcísio, que aparece com 40%. Contra Michelle, o presidente registra 43%, ante 39% da adversária. Já frente a Ratinho, a diferença é ainda menor: 40% contra 38%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Felipe Nunes, cientista político e diretor da Quaest, atribui o novo cenário à ampliação da rejeição eleitoral ao presidente:
“Pela primeira vez a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. O eleitor passou a conhecer melhor nomes como Tarcísio, Ratinho e Zema, e começa a tê-los como opção na eleição presidencial.”
A sondagem testou ainda outros nomes da direita e centro-direita em cenários de segundo turno contra Lula. O petista venceria com vantagem mais folgada Eduardo Leite (40% a 36%), Romeu Zema (44% a 35%), Ronaldo Caiado (43% a 33%) e Eduardo Bolsonaro (43% a 33%). Já a taxa de brancos, nulos ou abstenções variou entre 13% e 19%, dependendo do confronto simulado.
A pesquisa também mostra que a maioria do eleitorado não quer ver Lula disputando um novo mandato. Atualmente, 66% dos entrevistados se dizem contra sua reeleição, um crescimento em relação a março (62%) e janeiro (52%). Entre os eleitores que se identificam como de esquerda, mas não como lulistas, 61% apoiam a candidatura, enquanto 37% são contrários. Entre os que não se posicionam politicamente, o índice de rejeição à reeleição de Lula salta para 73%.
Do outro lado, Jair Bolsonaro, inelegível desde 2023, é visto como uma figura que deveria deixar espaço para outros candidatos. Para 65% dos entrevistados, ele deveria apoiar um novo nome, enquanto apenas 26% defendem que ele mantenha sua candidatura, mesmo barrado legalmente. Em um cenário hipotético em que pudesse disputar, Bolsonaro empataria numericamente com Lula, ambos com 41%.
Quando questionados sobre o que mais os amedronta, 45% dos entrevistados afirmaram temer a volta de Bolsonaro à Presidência, enquanto 40% têm mais receio de uma nova reeleição de Lula. Outros 7% responderam espontaneamente que temem ambos.
Quem herda o espólio de Bolsonaro?
Se Bolsonaro não concorrer em 2026, Tarcísio é o nome mais citado como potencial candidato da direita, com 17% das menções, seguido de perto por Michelle Bolsonaro (16%) e Ratinho Júnior (11%). O percentual de eleitores que não quer nenhum desses nomes como candidato soma 16%, enquanto 15% disseram não saber ou preferiram não opinar.
Na pesquisa espontânea — em que os nomes não são apresentados previamente — Lula é o mais lembrado, com 11%, dois pontos a mais do que em março. No entanto, a taxa de indecisos ainda é expressiva: 75% dos entrevistados disseram não saber em quem votariam se a eleição fosse hoje.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 29 de maio e 1º de junho, por meio de entrevistas presenciais com questionários estruturados. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.