O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, fez uma rara aparição pública neste sábado (5), em meio à escalada do conflito entre Teerã e Tel Aviv, que reacendeu tensões no Oriente Médio e despertou preocupação da comunidade internacional.
Durante um discurso transmitido pela TV estatal iraniana, Khamenei reafirmou a posição firme do regime contra o que chamou de “agressões sionistas”, responsabilizando diretamente Israel pelo aumento da instabilidade na região. Ele também prestou solidariedade aos grupos aliados do Irã no Líbano, Síria e Palestina, sem mencionar diretamente ações militares, mas reforçando o apoio à “resistência islâmica”.
“O regime sionista é fonte de opressão e insegurança para o mundo islâmico. A resposta da frente da resistência será proporcional e inevitável”, declarou Khamenei diante de uma plateia de clérigos e altos oficiais da Guarda Revolucionária.
A aparição ocorre dias após relatos de ataques cruzados entre Israel e milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Líbano, além de uma intensificação das operações israelenses em Gaza. Embora o Irã negue envolvimento direto em ataques recentes, autoridades israelenses afirmaram que Teerã tem “responsabilidade indireta” pelas ações de grupos como o Hezbollah e o Hamas.
Pressão internacional e clima de tensão
A manifestação de Khamenei é interpretada como uma tentativa de mostrar estabilidade e autoridade interna, ao mesmo tempo em que envia uma mensagem estratégica ao Ocidente e aos países vizinhos. Analistas observam que a fala do aiatolá, embora agressiva no tom, evitou acenos a um confronto direto com Israel, o que poderia provocar um conflito regional de grandes proporções.
Enquanto isso, líderes internacionais têm pedido moderação. A ONU e a União Europeia manifestaram preocupação com a escalada da violência e pediram que Irã e Israel “evitem ações que possam desencadear uma guerra em larga escala no Oriente Médio”.
Irã em alerta
A segurança foi reforçada em Teerã e outras cidades iranianas após a intensificação do conflito. A Guarda Revolucionária permanece em estado de prontidão, e há movimentações militares nas fronteiras com o Iraque e o Paquistão, embora o governo iraniano diga que se trata de medidas preventivas.
Esta foi a primeira aparição pública de Khamenei desde o agravamento da crise, e sua presença visa também reafirmar sua autoridade num momento delicado, tanto no cenário externo quanto interno, onde o país ainda lida com sanções econômicas, pressões sociais e disputas internas entre conservadores e reformistas.
A comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos, temendo que uma nova frente de conflito se abra no já instável tabuleiro geopolítico do Oriente Médio.